Prioridade às mães e avós em grande inquérito sobre alimentação saudável

Sociólogos do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa querem saber como estes grupos “equacionam o seu consumo”, face aos seus custos, sobretudo aos custos ambientais e sociais.

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Nelson Garrido

As mães e as avós, as famílias de baixo rendimento e os jovens vão marcar o arranque do segundo grande inquérito sobre sustentabilidade, o qual vai dedicar-se, desta vez, à alimentação saudável.

O grupo de sociólogos do Observa, o observatório de ambiente e sociedade do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, quer saber como estes grupos decisivos para o perfil do consumidor português “equacionam o seu consumo”, face aos seus vários custos, mas sobretudo aos custos ambientais e sociais. Vão ser ouvidos como grupos “focais”, já nos próximos dias, para ajudar “a apurar as questões e melhorar o questionário” face à experiência anterior, decorrida em 2016.

O inquérito alargado será lançado no fim de Setembro em todo o país, regiões autónomas incluídas, e os resultados deverão ser conhecidos em Março de 2019.

Por essa altura, a equipa do Observa já poderá explicar como ligam os portugueses a saúde à sustentabilidade, o que significam para eles a alimentação saudável, as novas taxas sobre os refrigerantes e o sal e a introdução da alimentação vegetariana nas escolas. A equipa pretende ainda perceber como olham para a redução do consumo de carne nas suas vidas e se tomam ou não atenção aos rótulos e certificados. Mas não só.

Também querem saber como se coloca aos vários grupos sociais o dilema de comprar importado e mais barato face à produção local mais cara, o desperdício alimentar, e que relação vêem entre justiça social e pequena produção agrícola. “Porque há hoje muitos pequenos agricultores a fazer agricultura em condições muito precárias”, esclarece Mónica Truninger, membro da Observa.

Este vai ser um projecto em contexto pós-crise pelo que permitirá “perceber melhor os efeitos disruptores da crise” sobre os hábitos alimentares, diz a mesma investigadora. A equipa de parceiros será a mesma: Missão Continente, iniciativa de responsabilidade social do grupo Sonae (proprietário do PÚBLICO), Fundação para a Ciência e Tecnologia e Imprensa de Ciências Sociais.

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