Mais de 300 escolas “amigas das crianças” receberam selo da Confap

Uma escola do distrito Porto com um parlamento e uma constituição onde os alunos são incentivados a participar foi a vencedora entre as 541 candidatas.

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Primeira edição do prémio recebeu candidaturas de mais de 500 escolas Bruno Lisita

iniciativa da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) quis premiar escolas com ideias e projectos inovadores em categorias como a segurança, espaços de recreio, alimentação e higiene, formação cívica, envolvimento da família e projectos extracurriculares. Analisadas as 1048 candidaturas de 541 escolas — cada instituição de ensino podia candidatar-se com mais do que um projecto —, foram distinguidas 329 instituições e mais de 400 projectos diferentes. Os vencedores foram divulgados a 25 de Maio.

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iniciativa da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) quis premiar escolas com ideias e projectos inovadores em categorias como a segurança, espaços de recreio, alimentação e higiene, formação cívica, envolvimento da família e projectos extracurriculares. Analisadas as 1048 candidaturas de 541 escolas — cada instituição de ensino podia candidatar-se com mais do que um projecto —, foram distinguidas 329 instituições e mais de 400 projectos diferentes. Os vencedores foram divulgados a 25 de Maio.

A Escola Básica e Secundária de Lousada Oeste, no distrito do Porto, foi a vencedora com o projecto República dos Jovens — feito que lhe valeu um prémio em livros no valor de cinco mil euros. Nesta escola recria-se o sistema de organização de uma república, com um parlamento e uma constituição, onde todos os alunos são envolvidos na dinâmica escolar e convidados a contribuir na tomada de decisões.

Alexandre Reis, professor de Música e responsável pelo projecto, explica que é uma iniciativa que promove a “participação democrática” dos alunos, incentivando-os a dar a sua opinião. Os cerca de 700 estudantes da Escola Básica e Secundária de Lousada Oeste estão inseridos num contexto periférico e “mais desfavorecido”, detalha Alexandre Reis, pelo que este trabalho “é importante”.

Os dez projectos finalistas foram apresentados por escolas públicas. Dessas, oito são do ensino básico.

Entre as 1048 candidaturas ao selo, 85% foram apresentadas por escolas públicas, 12% por privadas e 3% por instituições de ensino cooperativo. A maioria partiu de escolas no distrito do Porto (237), depois Lisboa (179) e Aveiro (164).

Contrariar os rankings

Na altura do lançamento do selo, Jorge Ascenção, presidente da Confap, explicava ao PÚBLICO que foi a “preocupação com um tempo feliz e bem passado [pelas crianças na escola]”, que motivou o arranque do projecto. A ideia partiu de Eduardo Sá, psicólogo e membro do júri, que queria “qualquer coisa com o mesmo tipo de lógica dos rankings, mas subversiva”. Que contribua “ainda mais” para a decisão dos pais sobre a escola que os filhos vão frequentar.

Este selo “é uma indicação às famílias de que aquela escola, independentemente do lugar que tem no ranking, é amiga da criança”. “Nós não queremos classificar escolas”, sublinhava Jorge Ascenção. Trata-se antes de “dar uma outra visão da importância do trabalho que a escola pode desenvolver”. Acima de tudo “as crianças têm de gostar da escola”.