Argentina suspende jogo com Israel

Alteração de Haifa para Jerusalém motivou protestos na Palestina, inviabilizando a realização do jogo de preparação.

Foto
REUTERS/Albert Gea

O vice-presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), Hugo Moyano, anunciou nesta terça-feira que o particular de preparação entre Argentina e Israel, marcado para sábado, em Jerusalém, foi suspenso, após várias pressões.

"Fez-se o correcto. As famílias dos jogadores estavam a sofrer por causa das ameaças", declarou Moyano à Radio 10, ainda que a AFA não tenha confirmado oficialmente a suspensão.

Várias organizações na Argentina e em Espanha, onde a selecção sul-americana tem estado a treinar, manifestaram-se contra a realização da partida.

A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, apelara já à separação entre desporto e política, defendendo que o jogo "não pode ofender os palestinianos", uma vez que o Governo "reconhece o Estado palestiniano".

À agência noticiosa EFE, a directora internacional da Associação de Futebol da Palestina, Susan Shalabi, agradeceu o cancelamento do jogo, afirmando que a selecção da Argentina decidiu "não ser convertida em ferramenta política".

Para Shalabi, este é um "bom exemplo de separação de política e desporto", sendo que o jogo, previsto inicialmente para ser disputado em Haifa, foi mudado de local para Jerusalém.

A ministra israelita do Desporto e Cultura, Miri Reguev, assegurou a mudança com vista a uma visita da Argentina à Cidade Velha e queria que Lionel Messi beijasse o Muro das Lamentações, na parte ocupada da cidade, mas Shalabi considerou que a decisão pretendia "branquear a ocupação israelita" sobre o Estado palestiniano.

A dirigente palestiniana tinha anunciado a intenção de iniciar uma campanha contra a possível organização do Mundial 2030 pela Argentina e recordou a decisão "muito grave" do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em transferir a embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém.

Sugerir correcção
Comentar