Sondagens à boca das urnas dão vitória a populistas anti-imigração na Eslovénia

“Pôr a segurança dos eslovenos em primeiro” resume a campanha do partido aliado do húngaro Orbán.

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Jansa festejou logo depois de votar Borut Zivulovic/Reuters

O Partido Democrático da Eslovénia (SDS), de centro-direita, com um programa securitário, anti-imigração e que recusa acolher refugiados, está muito bem colocado para sair vencedor das eleições legislativas deste domingo.

Segundo as sondagens à boca das urnas divulgadas pela televisão pública, o partido, que estava na oposição, obteve 24,4% dos votos; de acordo com a Comissão Eleitoral, contados um quarto dos boletins, o SDS chega aos 26,3%.

As negociações para formar governo serão certamente demoradas e ninguém aposta arriscar no tipo de coligação que venha a ser formada. Os 1,7 milhões de eleitores tinham à escolha 25 partidos, dos quais nove deverão conseguir entrar no Parlamento.

“Provavelmente teremos de esperar algum tempo antes de conseguirmos iniciar negociações sérias para o novo executivo”, admitiu o líder do SDS, Janez Jansa, em declarações aos jornalistas depois de votar.

É por causa das posições radicais sobre a imigração que Jansa sabe que não será fácil encontrar parceiros, mas com o segundo partido mais votado, o LMS, de centro-esquerda, a ficar-se pelos 12% (com 25% dos votos contados), é difícil imaginar um governo sem os populistas aliados do primeiro-ministro húngaro, o nacionalista Viktor Orbán.

Opositor do sistema de quotas desenhado pela Comissão Europeia para que todos os Estados-membros acolhessem alguns dos refugiados que desde 2015 chegaram à Grécia e a Itália, o SDS quer gastar o dinheiro que diz seria usado nesse processo a investir nas forças de segurança do Estado do Adriático.

Poucos dias depois da formação do Governo em Itália, liderado por um partido de extrema-direita, nacionalista e fortemente anti-imigração, a Liga, de Matteo Salvini, saltam à vista as semelhanças no discurso. “Acreditamos que hoje se deu o primeiro passo para que a Eslovénia se torne num país que ponha o bem-estar e a segurança dos eslovenos primeiros”, afirmou Jansa.

“Italianos primeiro”, foi o slogan com que Salvini se tornou no líder da direita italiana, depois de uma campanha centrada na violência e na insegurança que o dirigente atribui aos imigrantes. Desde sexta-feira, é vice-presidente do Governo e ministro do Interior.

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