Dezenas de mortos e desaparecidos em dois naufrágios

Um naufrágio ao largo da Tunísia e outro na Turquia vitimaram pelo menos 55 pessoas. Desde o início do ano, pelo menos 660 pessoas morreram nas travessias ilegais entre o Norte de África e a Europa.

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Um navio da guarda costeira turca participa numa operação de busca e salvamento LUSA/TURKISH COAST GUARD COMMAND

Pelo menos 55 pesssoas morreram neste domingo em naufrágios no Mediterrâneo. Na Tunísia, uma embarcação que transportava cerca de 180 pessoas naufragou ao largo da cidade de Sfax, fazendo pelo menos 46 mortos. Na Turquia, uma lancha com cerca de 17 pessoas a bordo afundou-se ao largo da costa sul. Nove migrantes morreram no naufrágio — seis das vítimas eram crianças.

O Ministério da Defesa da Tunísia afirma que, após o primeiro naufrágio, há ainda 67 pessoas desaparecidas, tendo as autoridades resgatado um número igual de migrantes. A operação de resgate ainda prosseguia durante a tarde deste domingo. Os ocupantes da embarcação eram na sua maioria de nacionalidade tunisina, mas cerca de 80 seriam oriundos de outras nações africanas.

Para além de elevados níveis de desemprego que têm empurrado milhares de cidadãos seus para a Europa, a Tunísia tem enfrentado um aumento da actividade de redes de tráfico humano no seu território desde que a guarda costeira de Tripoli começou a estancar o fluxo proveniente da vizinha Líbia, explica a Reuters.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), desde o início de 2018 e até 30 de Maio chegaram à Europa 32.000 migrantes por via marítima. Cerca de 660 morreram ao tentar atravessar o Mediterrâneo. Em 2017, chegaram 70.870 pessoas por mar e 1724 morreram na travessia.

Em 2015, um dos anos em que se registou um pico na entrada de migrantes e requerentes de asilo na Europa, chegaram 857.000 migrantes à Grécia e Turquia, sendo que pelo menos 3771 morreram ao tentar completar a viagem. Os números baixaram significativamente em 2016 devido a um acordo de regulação do fluxo de refugiados e migrantes celebrado entre a Turquia e a União Europeia.

Milhares de pessoas continuam chegam por mar às costas de Itália e da Grécia. Em Itália, o combate à imigração é uma das bandeiras do partido nacionalista Liga, actualmente no poder em coligação com o Movimento 5 Estrelas. O líder da Liga, Matteo Salvini, agora ministro do Interior, tenciona bloquear a chegada de barcos de migrantes a partir de África e deportar 100.000 imigrantes ilegais por ano. O seu objectivo, diz, é “salvar vidas”: “Estamos a fazê-lo ao prevenir as partidas de embarcações da morte que são um negócio para alguns e uma desgraça para o resto do mundo”, disse Salvini, em comunicado, comentando as notícias deste domingo. 

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