Conselho da Ordem dos Médicos diz que Governo agravou "as já deficitárias respostas" e apoia protestos

Orgão consultivo da Ordem espera uma mudança na política de saúde para que serviço público não seja reduzido a um “papel secundário” de prestador de cuidados, “com profissionais desmotivados e mal pagos, reservado aos sectores da população mais pobres e desprotegidos”.

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Manifestação no primeiro de três dias de greve dos médicos, a 9 de Maio Nuno Ferreira Santos

O Conselho Nacional da Ordem dos Médicos para o Serviço Nacional de Saúde e Carreiras Médicas (CN-SNS/CM) diz que, “ao contrário de expectativas criadas e apesar da apregoada melhoria das condições económicas do país”, o actual Governo e o ministro da Saúde deixaram “agravar ainda mais as já deficitárias respostas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) às necessidades e direitos dos cidadãos portugueses”.

Este órgão consultivo manifesta, em comunicado, o apoio às “diversas formas de protesto que os médicos, através das suas organizações mais representativas, têm levado a cabo na defesa do SNS”. Há três meses que um grupo de médicos e outros profissionais de saúde cumpre as "sextas-feiras negras" – vestem-se de negro e colocam crachás com a inscrição “SNS in Black” –, movimento que já chegou a mais de 30 unidades.

O CN-SNS/CM nota ainda que a “enorme adesão” à greve nacional de três dias, no início de Maio, é “mais uma prova de que os médicos (como outros profissionais da saúde) não se revêem nas políticas levadas a cabo na área da Saúde pelos sucessivos governos das últimas décadas”. Políticas que, diz o conselho, “têm levado ao subfinanciamento e contínua degradação do SNS e ao doloso agravamento das condições de trabalho dos seus profissionais”.

O mesmo órgão recusa que o serviço público seja remetido a um “papel secundário” de prestador de cuidados, “com profissionais desmotivados e mal pagos, reservado aos sectores da população mais pobres e desprotegidos”. Espera, por isso, uma mudança na política de saúde, através de reforço do financiamento, dos recursos humanos e técnicos e com o restabelecimento das carreiras médicas. Estas reivindicações dos médicos, nota o CN-SNS/CM, são apoiadas pela Ordem e o bastonário.

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