Doutora Buzarnescu nos oitavos-de-final de Roland Garros

Romena, que tem tido uma carreira acidentada, brilha actualmente em Paris.

Foto
LUSA/GUILLAUME HORCAJUELO

Mihaela Buzarnescu tinha 18 anos, era a número quatro na classificação mundial de juniores e número um na Europa (e 240.ª no ranking WTA) quando surgiu a primeira lesão, num ombro. Aos 24 anos, quando se aproximava do 140.º posto, apareceu uma lesão no joelho. A romena visitou vários médicos, incluindo o de Rafael Nadal, submeteu-se a duas cirurgias, mas nada; a dor continuava. Afastada do ténis, dedicou-se aos estudos, tirou um doutoramento em Ciências do Desporto, mas voltou a pegar numa raqueta para competir em provas amadoras. As dores desapareceram e foi num instante que voltou ao circuito profissional. Ganhou um torneio em 2014, quatro no ano seguinte… e nos últimos 12 meses, venceu sete torneios no circuito secundário, atingiu a primeira final no WTA Tour, derrotou pela primeira vez uma top 10, subiu 340 lugares no ranking e, nesta sexta-feira, em Roland Garros, venceu uma top 5 para se estrear nos oitavos-de-final de um Grand Slam. Com 30 anos.

Sem nunca ter vencido um encontro em torneios do Grand Slam, Buzarnescu chegou a Paris como 31.ª do ranking, o que lhe permitiu figurar entre as cabeças de série, mas na terceira ronda não evitou o embate com Elina Svitolina (4.ª), uma das candidatas ao título, depois de ter conquistado o torneio de Roma pelo segundo ano consecutivo, duas semanas antes de Roland Garros. O desfecho foi uma vitória da romena, por 6-3, 7-5.

“Só quis ser agressiva e esperar pelas oportunidades para impor o meu jogo e avançar no court. Caso contrário, ela aproveitava todas as bolas curtas que eu deixasse”, disse Buzarnescu, autora de 31 winners, contra 11 de Svitolina. “Claro que quando começamos a ver que estamos a ganhar e a liderar o encontro, os pensamentos aparecem, por isso tive altos e baixos, mas consegui ultrapassá-los”, frisou a romena, que já garantiu a entrada no top 30. A próxima adversária de Buzarnescu é a norte-americana Madison Keys (13.ª), finalista no último Open dos EUA.

Outra estreia nos “oitavos” de um Grand Slam é a do italiano Marco Cecchinato, que surpreendeu Pablo Carreño Busta (11.º), por 2-6, 7-6 (7/5), 6-3 e 6-1. Outro espanhol afastado foi Roberto Bautista Agut (13.º) que, apesar de estar de luto pela morte inesperada da mãe há duas semanas, obrigou Novak Djokovic (22.º) a suar para vencer, por 6-4, 6-7 (6/8), 7-6 (7/4) e 6-2.

Também em quatro sets, Dominic Thiem (8.º) afastou Matteo Berrettini (96.º): 6-3, 6-7 (), 6-3 e 6-2. Já Alexander Zverev (3.º) foi forçado a quatro horas de esforço e a salvar um match-point para ultrapassar o bósnio Damir Dzumhur (29.º), por 6-2, 3-6, 4-6, 7-6 (7/3) e 7-5.

Sugerir correcção
Comentar