Centeno considera “extemporâneo” falar sobre legislativas

“Todos ficamos contentes com o sucesso que está a ter” o programa do Governo, diz o ministro das Finanças para logo alertar que “muito está ainda por fazer”.

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LUSA/STEPHANIE LECOCQ

O ministro das Finanças, Mário Centeno, considera “extemporâneo” pronunciar-se sobre se está disponível para integrar as listas eleitorais do PS às legislativas, para continuar como a mesma pasta num futuro Governo liderado por António Costa e mesmo sobre se poderá voltar a coordenar o quadro macroeconómico para o programa eleitoral.

Em resposta ao PÚBLICO sobre estas questões, o ministro das Finanças afirmou: “Quanto ao futuro, é extemporâneo estar a abordar essas questões, porque ainda temos muito trabalho até lá chegar.”

Já sobre se se sentiu legitimado pela forma como foi elogiado e aplaudido no 22.º Congresso do PS, não só por António Costa mas por quase todos os que subiram ao palco, Mário Centeno começou por afirmar que o seu “trabalho é feito todos os dias com todos os ministros e em particular com o primeiro-ministro”.

Sublinhando que “o Governo é do PS e está a aplicar um programa que tem como base o programa do PS”, Mário Centeno garante: “Todos ficamos contentes com o sucesso que está a ter a sua aplicação, mas todos sabemos que muito está ainda por fazer.” Daí que defenda que “os aplausos eram para este trabalho colectivo”, para concluir: “Eu tenho muito orgulho em estar presente nesta fase da construção colectiva do país.”

Ainda sobre o congresso e o debate ideológico que antes dele e nele ocorreu, concretamente sobre a sua importância para o futuro, Mário Centeno respondeu ao PÚBLICO que “a discussão ideológica no PS faz-se todos os dias, mas ela pertence aos militantes”.

O ministro das Finanças sustenta que “a identidade do PS na política portuguesa não pode ser posta em causa”, garantindo que “as escolhas políticas” que o PS “fez para as últimas eleições foram acertadas, como demonstra o sucesso do Governo.”

Ao longo dos três dias de congresso do PS na Batalha, Mário Centeno motivou inúmeros elogios. Não só o secretário-geral do PS e primeiro-ministro fez questão de, nos seus dois discursos, salientar a recuperação do défice e a consolidação orçamental conseguidas como os sucessos de Centeno, incluindo a presidência do Eurogrupo, estiveram presentes em vários documentários e mensagens transmitidos durante os três dias.

E mesmo o líder histórico da ala esquerda do PS, Manuel Alegre, fez questão de enaltecer a gestão orçamental do ministro das Finanças, recorrendo a Camões: “Inveja é a última palavra dos Lusíadas e, no que diz respeito a Mário Centeno, tornou-se a primeira dos ressentidos.”

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