Atirador com antecedentes criminais mata três pessoas em Liège

O atacante, que matou dois polícias, foi abatido a tiro pela polícia belga, que não exclui hipótese de terrorismo.

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Contam-se dois agentes policiais entre as vítimas mortais Reuters/FRANCOIS LENOIR
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Ataque aconteceu por volta das 09h30 portuguesas Reuters/FRANCOIS LENOIR

Um homem armado disparou a matar contra dois polícias e um jovem de 22 anos, que passava pelo local de carro, nas ruas da cidade de belga de Liège, e feriu quatro outros polícias. A polícia matou a tiro o atacante, que fez refém uma funcionária da limpeza numa escola próxima do local do ataque.

As autoridades belgas estão a investigar o caso e não excluem a possibilidade de se tratar de um ataque terrorista. O atacante chamava-se Benjamin Herman, era belga e nasceu em 1982. Era conhecido da justiça por vários actos de delinquência e tinha acabado de sair da cadeia, numa saída precária. Na prisão, esteve junto com detidos que se radicalizaram em termos religiosos. Era natural da localidade de Rochefort. 

"O objectivo do assassino era atacar a polícia", afirmou Christian Beaupère, chefe da polícia de Liège, citado pelo jornal belga Le Soir. "Dissimulou-se atrás de dois agentes. Visava o Estado belga", sublinhou. Mas a investigação está ainda a decorrer.

O Le Soir descreve que foram ouvidos vários tiros pelas 10h30 (hora local, 9h30 em Lisboa), nesta cidade industrial próxima da fronteira alemã, na região francófona. Foram disparados por um homem que atirou sobre duas agentes, nas imediações do café aux Augustins, na rua com o mesmo nome, próxima da Boulevard d’Avroy.

De seguida, ter-se-á posto em fuga, mas antes de ser interceptado pela polícia, entrou no liceu Léonie de Waha e fez uma refém. A mulher seria funcionária da escola e saiu ilesa.

De acordo com o mesmo jornal, a arma de fogo usada pertencia a um dos polícias. As duas agentes terão abordado o atacante, para um controlo de rotina. O homem terá usado uma arma branca para atacar uma das polícias, que desarmou. De seguida, disparou sobre as duas. 

Escreve o Le Soir que o atacante estaria desde segunda-feira numa saída precária da prisão de Latin, uma das maiores prisões do país, situada nos subúrbios de Liège. O  atacante já tinha sido preso várias vezes pelos crimes de furto e tráfico de droga.

Mas a RTL diz este caso poderá estar relacionado com um assalto a uma ouriversaria na madrugada passada em Rochefort, o local de origem de Benjamim Herman, segundo os dados de identificação avançados pelo Ministério Público Federal. A intenção do atacante teria sido matar o seu cúmplice. Mas nenhuma destas informações está confirmada.

O primeiro-ministro belga, Charles Michel, expressou as suas condolências e condenou o ataque: "Violência cobarde e cega em Liège. Todo o nosso apoio vai para as vítimas e para os que lhes são próximos. Estamos a seguir a situação com os serviços de segurança e o centro de crise", lê-se no tweet que escreveu.

O centro nacional de crises está a monitorizar a situação, informou o ministro do Interior, Jan Jambon, através do Twitter. 

O último ataque classificado como "terrorista" na Bélgica aconteceu a 25 de Agosto de 2017: um homem de 30 anos, de origem somali, agrediu soldados com uma faca, gritando "Allahu Akbar", no centro de Bruxelas. Apenas feriu ligeiramente um deles, mas foi abatido a tiro.

Liège, uma cidade industrial próxima da fronteira alemã, na região francófona, foi palco de outro tiroteio em 2011. O atacante fez quatro mortos e mais de 100 feridos antes de se suicidar.

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