A super-Serena está de volta e já ganhou o seu primeiro duelo

A tenista norte-americana jogou nesta terça-feira o seu primeiro encontro num torneio do Grand Slam e venceu.

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Serena Williams Reuters/CHRISTIAN HARTMANN

Deve ou não uma jogadora que deixa o circuito profissional para ser mãe, ser elegível para a lista de cabeças de série com a posição que ocupava (ranking protegido) quando saiu? A questão foi lançada a debate nos dias que antecederam o início do torneio de Roland Garros, a propósito de Serena Williams, número um do ranking antes de abandonar a competição para ser mãe de Alexis Olympia, nascida a 1 de Setembro. A campeoníssima voltou, ontem, a disputar um torneio do Grand Slam após uma ausência de 16 meses. E voltou a ganhar e a surpreender.

Ausente desde que, já grávida, venceu a irmã Venus na final do Open da Austrália de 2017, Serena entrou no court Philippe Chatrier envergando um fato colante ao corpo, preto, mais adequado a uma super-heroína – recordando o que estreou no Open dos EUA de 2002, então na versão com calções. “Todas as mães que tiveram uma gravidez difícil e tiveram que voltar e tentam ser valentes no meio de tudo; é o que isto representa. Ninguém bate um catsuit, certo?”, afirmou a jogadora de 36 anos, após derrotar a checa Kristyna Pliskova (70.ª), irmã gémea de Karolina (6.ª), por 7-6 (7/4), 6-4.

Mais tarde explicou: “Sempre quis ser uma super-heroína e quando o visto, sinto-me uma princesa guerreira. Mas as qualidades de compressão têm a sua funcionalidade pós-parto. Meu Deus, nem sei quantos coágulos já tive nos últimos 12 meses. Tenho usado calças muitas vezes quando jogo para manter o sangue a circular. É divertido, mas ajuda-me a jogar sem problemas.”

Serena, detentora de um recorde de 23 majors conquistados e actual 451.ª no ranking, realizou somente quatro encontros em 2018, todos em Março, vencendo dois, em Indian Wells. Não competiu mais e preferiu treinar-se para estar pronta para Roland Garros, onde confirmou que o serviço (13 ases, menos dois que a adversária) e a atitude ganhadora continuam lá; recuperou de 0/3 no tie-break, que se revelou crucial.

Como os organizadores dos Grand Slams mantém-se fiéis aos rankings actuais para elaborar as listas de cabeças de série, as principais candidatas ao título ficaram felizes por nenhuma ter de defrontar Serena logo na primeira ronda. Esse “problema” terá a australiana Ashleigh Barty, 17.ª no ranking e na lista de cabeças de série, que terá de enfrentá-la já na segunda eliminatória, mas poderá aproveitar o facto de o ténis já não ser a prioridade de Serena. “A minha prioridade é a Olympia. Quero que ela saiba que tentei colocá-la sempre em primeiro lugar na minha vida, juntamente com Deus e a minha família”, frisou Serena.

Ausente de Roland Garros desde 2015 e de regresso ao "top-30" pela primeira vez desde 2016, Maria Sharapova (30.ª) efectuou igualmente um regresso vitorioso ao eliminar a holandesa Richel Hogenkamp (133.º), por 6-1, 4-6 e 6-3, depois de recuperar de 0-3 no set decisivo.

Já Svetlana Kuznetsova (43.ª), campeã em 2009, cedeu diante de Garbiñe Muguruza (3.ª), vencedora em 2016, com a espanhola a impor-se por 7-6 (9/7), 6-2.

No quadro masculino, Rafael Nadal chegou às 80 vitórias em Roland Garros, depois de concluir o encontro com o italiano Simone Bolelli, por 6-4, 6-3 e 7-6 (11/9). “Foi uma primeira ronda dura. Bolelli batia forte em todas as bolas e foi difícil encontrar o meu ritmo”, justificou o líder do ranking ATP.

No encontro também interrompido, a meio do terceiro set, na véspera, João Sousa (49.º) não conseguiu impedir a vitória de Guido Pella (78.º), por 6-2, 6-3 e 6-4. “Ontem [anteontem], não consegui jogar ao nível que tenho vindo a jogar nas últimas semanas, as condições pesadas não eram tão favoráveis para mim, não consegui ser agressivo e fazer mossa, daí ter feito tantos erros. Ele esteve sólido e muito bem no capítulo do serviço. Hoje ontem], foi um pouco do mesmo”, resumiu Sousa, que se mantém em Roland Garros, onde vai jogar pares, ao lado do argentino Leonardo Mayer.

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