Zero diz que medidas contra plásticos são interessantes, mas faltam metas específicas

A Comissão Europeia apresentou nesta segunda-feira, em Bruxelas, medidas para reduzir a poluição nos mares e oceanos e que incluem a proibição do uso de plástico em produtos como cotonetes, talheres e paus de balões.

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Manuel Roberto

Os ambientalistas da Zero consideram interessantes as medidas europeias apresentadas nesta segunda-feira para reduzir a utilização de plásticos descartáveis e esperam uma rápida aplicação, mas lamentam a falta de metas específicas para produtos como embalagens para alimentos.

A Comissão Europeia apresentou nesta segunda-feira, em Bruxelas, medidas para reduzir a poluição nos mares e oceanos e que incluem a proibição do uso de plástico em produtos como cotonetes, talheres, palhinhas e paus de balões. Estes produtos representam 70% dos resíduos marítimos na União Europeia (UE).

Para os ambientalistas da Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, "Bruxelas finalmente acordou para o problema" dos plásticos, mas "ainda que promissora", a proposta (que ainda vai ser debatida e pode ser alterada pelo Conselho da UE e pelo Parlamento Europeu) "tem falhas importantes".

Na explicação da sua posição, a Zero realça, em comunicado, que, a "ausência de metas de redução aplicáveis a nível nacional para as embalagens descartáveis para alimentos (por exemplo, take away) e copos é uma falha grave, bem como a proposta de revisão sobre esta matéria seis anos após a entrada em vigor", já que "empurrará a revisão para 2027". Por isso, espera que o Conselho da UE e o Parlamento Europeu alterem esta situação.

Quanto ao prazo semelhante dado para a revisão dos produtos a incluir na legislação, a associação defende que este período deve ser encurtado para três anos.

A proposta "foi desenhada para prevenir e reduzir o impacto de certos produtos de plástico no ambiente, em particular no ambiente marinho" e assenta num conjunto de medidas, desde proibições até esforços de redução, rotulagem e responsabilidade alargada do produtor, garantindo que quem produz paga os custos inerentes ao fim de vida do que coloca no mercado, aponta a Zero.

Segundo uma nota de imprensa da Comissão Europeia, nos casos em que existem alternativas facilmente disponíveis e acessíveis em termos de preço, os produtos de plástico descartáveis serão banidos do mercado.

A proibição será aplicável aos cotonetes, talheres, pratos, palhinhas, agitadores de bebidas e paus para balões em plástico, que terão de ser todos fabricados exclusivamente a partir de matérias-primas mais sustentáveis.

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