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O oceano está transformado numa sopa de plástico

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Parecem cardumes, mas um olhar mais atento não encontra peixes a nadar nos oceanos de Mandy Barker. O colorido cenário é, afinal, negro: os animais marinhos foram todos engolidos por plástico, os mesmos restos de balões, palhinhas ou garrafas que são encontrados no interior dos seus estômagos — e, por isso, desapareceram todos. Resta agora uma “praga” a flutuar numa “sopa” (Soup, assim se chama um dos muitos projectos da fotógrafa inglesa dedicados à poluição marítima) de restos de plásticos acumulados. É bonito, julgamos, é “assustador” e “chocante”, alertam-nas as fotografias de Barker, que trabalha sempre em conjunto com biólogos marinhos, durante expedições para estudar e resgatar restos de plásticos, quer de praias e oceanos, quer de estômagos de gaivotas ou peixes, que depois usa em colagens sobre fundo preto. “Já não há áreas livres de plástico”, diz, numa entrevista à Greenpeace, onde surge numa praia deserta, a calcar areia tapada por garrafas. Terá razão: por ano, chegam ao oceano 13 milhões de toneladas de plásticos. E 80% do lixo marinho é plástico (o equivalente a 150 milhões de toneladas).

Mandy Barker, que aos 54 anos soma vários prémios de fotografia de ambiente, é uma das fotógrafas destacadas na edição de Junho da revista National Geographic, na qual se lança uma pergunta que urge respostas rápidas. “Plástico ou o planeta?” Escolhe um.