Os jardins da capital vão voltar a abrir para desvendar todos os tons de verde que há em Lisboa

Ganhou mais apoio da câmara e cresceu. O Festival Jardins Abertos vai dar a conhecer jardins, públicos e privados, da cidade. Mas não só. O programa está cheio de actividades e mesas redondas nas áreas da botânica e sustentabilidade e inclui uma mostra de cinema ecológico e design sustentável. Tudo isto com música à mistura.

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Na primeira edição do festival Jardins Abertos, a organização recebeu mais de três mil inscrições Margarida Basto
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Na primeira edição do festival Jardins Abertos, a organização recebeu mais de três mil inscrições Margarida Basto
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Na primeira edição do festival Jardins Abertos, a organização recebeu mais de três mil inscrições Margarida Basto

No "ano zero" do festival Jardins Abertos, mais de três mil pessoas quiseram ir conhecer a Lisboa verde que anda escondida, mas só 80 o puderam fazer. Um ano depois, o festival criou raízes e cresceu. Reforçou-se com o apoio da câmara de Lisboa, ganhou mais um dia e mais actividades, além das visitas aos jardins da capital.  

É um festival que vive "da generosidade dos vizinhos que deixam estranhos irem coscuvilhar-lhes os jardins". "É mesmo assim", diz Tomás Tojo, o fundador do festival que quer sensibilizar e discutir a natureza em contexto urbano.  

Durante o fim-de-semana, os portões de 23 jardins (no ano passado eram dez), públicos e privados, vão abrir-se a quem quiser descobrir a diversidade de fauna e flora de cada espaço, os cuidados e a identidade que cada dono põe nos seus jardins. 

Ao longo de dois dias, uma equipa de 40 voluntários, entre profissionais da jardinagem, paisagismo, cultura e sustentabilidade, vão orientar três tipos de visitas: as livres, as guiadas e as acompanhadas. 

As visitas acompanhadas, nos jardins privados, serão feitas de 30 em 30 minutos, num grupo de 20 pessoas, onde os participantes terão a oportunidade de partilhar experiências com os proprietários, com os jardineiros. Os jardins da Casa Nossa Senhora da Vitória, na Graça, do Beco do Monte, na Mouraria, do Palácio dos Marqueses de Fronteira, do Grémio Literário, no Chiado, o jardim das Marias, em Benfica, assim como o Parque Hortícola da Graça, são alguns dos espaços que poderão ser visitados. 

A Estufa Fria, que vai ter entrada gratuita este fim-de-semana, assim como os jardins do Palácio de Belém e do Palácio da Independência no Rossio, terão visitas guiadas (que esgotaram mal abriram as inscrições) pela mão de especialistas em botânica e paisagismo. No fundo, é mostrar "a memória e identidade" de cada espaço através da sua fauna e flora. 

Este ano, Tomás Tojo quis complementar os passeios com workshops e mesas redondas nas áreas da botânica, economia social e sustentabilidade, e criar actividades para toda a família. “São actividades complementares que, no fundo, só evidenciam o objectivo principal que é o convite à sensibilização em relação à natureza, no contexto público e privado, no meio urbano”, diz. 

Na tarde de sábado, a engenheira Alexandra Canha, responsável pela Estufa Fria e pelo Parque Eduardo VII, vai contar a história destes jardins e desafiar os participantes a pensar em soluções de optimização e melhoria destes espaços. "O que queremos de um jardim" é a questão que lança a conversa que arrancará às 14h, no Centro de Interpretação da Estufa Fria. 

Das 17h às 22h, há um “Eco Picnic”, no Jardim das Damas do Palácio Nacional da Ajuda, cujo desafio é fazer um piquenique com o mínimo de lixo possível. 

Na manhã de domingo, às 9h, há uma aula de ioga no Jardim da Estrela. Toda a programação pode ser consultada em https://www.jardinsabertos.com/

O festival quer manter-se assim, “muito informal” e “inclusivo”, reforça Tomás Tojo, o mestre em produção de arte, de 27 anos, que trocou os palcos pela sensibilização ambiental. E mantém-se também gratuito. 

Quem não puder pôr-se no terreno poderá, a partir da página de Facebook do festival Jardins Abertos, assistir a algumas conversas que serão transmitidas em directo. 

Notícia actualizada às 10h05 de 25 de Maio: A Villa Helena, assim como os jardins da Embaixada de França e do Palácio Ratton não poderão ser visitados, como foi anteriormente referido

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