Jaime Marta Soares desmente ter falado com Bruno de Carvalho em comissão de gestão

Para o presidente demissionário da Mesa, a reunião consistiu em "duas horas e meia de insinuações, insulto e chantagem" por parte do presidente da direcção.

Foto
LUSA/MIGUEL A. LOPES

O demissionário presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting, Jaime Marta Soares, desmente ter falado ao presidente do clube da possibilidade de se criar uma comissão de gestão e acusa Bruno de Carvalho de ter mentido na reunião de quinta-feira.

"Ele mente, como já nos tem habituado ao longo dos tempos", acusa Jaime Marta Soares, em declarações à Lusa, depois da reunião dos órgãos sociais e já depois da conferência de imprensa de Bruno de Carvalho.

Para o presidente demissionário da Mesa, a reunião consistiu em "duas horas e meia de insinuações, insulto e chantagem" por parte do presidente da direcção, a que se seguiu uma meia hora em lhe foi apresentada uma proposta para a demissão e marcação de eleições, a 19 ou 26 de Agosto, ou 2 de Setembro.

"Essa era a nossa proposta A, a melhor forma de parar com esta instabilidade, e ele até se podia candidatar, se assim o entendesse, mas ele nada quis ouvir, não deixou falar mais ninguém, sempre com insinuações, insultos e chantagem, a ponto de eu lhe lembrar que estávamos numa sala nobre, de valores grandes e não numa sala de audiências", explicou Jaime Marta Soares.

Nesse contexto, o presidente da Mesa avançou com a convocação de uma assembleia de destituição – que deverá acontecer a 23 de Junho, no Altice Arena, a partir das 10h - com base num requerimento com quatro mil assinaturas de associados.

"Disse à direcção que devia accionar os serviços para que se procedesse à sua validação, mas Bruno de Carvalho fez de conta que não ouviu", acusa Jaime Marta Soares, que diz que também pediu à direcção que "sejam criadas as condições para que a AG se realize sem problemas".

"Não nos conseguimos fazer ouvir por ele (Bruno de Carvalho), ele não liga a ninguém nem ouve ninguém, prossegue uma estratégia de não deixar falar e de mentir, mas esta é a verdade, a única verdade", disse o ainda presidente da Mesa.

O actual clima de crise que se vive no Sporting iniciou-se a 15 de Maio, quando cerca de 40 alegados adeptos encapuzados invadiram a academia do clube, em Alcochete, e agrediram alguns jogadores e elementos da equipa técnica.

A GNR deteve 23 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva depois de terem sido ouvidos no tribunal de instrução criminal do Barreiro.

Paralelamente, no âmbito de uma investigação do Ministério Público sobre alegados actos de tentativa de viciação de resultados em jogos de andebol e futebol, tendo como objectivo o favorecimento do Sporting, foram constituídos sete arguidos, incluindo o director desportivo para o futebol do clube, André Geraldes.

Na sequência destes acontecimentos, os elementos da Mesa da Assembleia Geral, a maioria dos membros do Conselho Fiscal e parte da direcção apresentaram a demissão, defendendo que Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.

De seguida realizaram-se duas reuniãos entre a Mesa e membros do Conselho Fiscal com o Conselho Directivo, que culminaram com a decisão anunciada na quinta-feira por Jaime Marta Soares. Bruno de Carvalho considera a decisão que o levará a enfrentar os sócios a 23 de Junho "uma bomba atómica"

Sugerir correcção
Ler 1 comentários