Famílias gastaram em média 114 euros com manuais neste ano lectivo

Houve poupança, mas não chega, diz Associação Portuguesa de Famílias Numerosas. E pede o alargamento urgente da gratuitidade dos manuais a todos os anos escolares.

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miriam lago

O custo médio dos manuais escolares para as famílias no presente ano lectivo foi de 114 euros, mantendo-se em 6% face às necessidades totais a oferta de livros pelo Estado ou municípios, adianta um barómetro da associação de famílias numerosas.

Os dados foi recolhidos entre Setembro e Novembro de 2017 e são referentes a 957 crianças e jovens. "Dado o peso muitas vezes incomportável da despesa com os manuais escolares para as famílias", a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) pede, mais uma vez, o alargamento urgente da gratuitidade dos manuais escolares a todos os anos escolares, assim como a "adopção de boas práticas de reutilização". Outro apelo ainda: que se evite escrever nos livros para que possam ser doados pelos bancos de manuais.

O valor médio gasto por família com a compra de manuais escolares de 114 euros em 2017/2018 representa uma queda de quase 10 euros face ao ano lectivo anterior, quando o custo médio se fixou nos 123 euros, segundo dados do barómetro.

"Como consequência da política de manuais gratuitos para o 1.º ciclo, em relação ao ano lectivo anterior, as famílias tiveram de comprar em média menos um manual para o 3.º e 4.º ano. De salientar que a oferta de manuais no 1.º ciclo cinge-se aos livros base e não aos cadernos de exercícios que as famílias continuam a ter de comprar", lê-se no comunicado da APFN.

Poupança maior no 3.º ano

Os dados mostram que no 1.º ciclo foi no 3.º ano que se registou a maior poupança média este ano lectivo do lado das famílias, que gastaram quase menos 45 euros do que em 2016/2017 com os manuais.

"Em termos de despesa realizada, as famílias gastaram em média com o 1.º ciclo cerca de 54 euros, o que representa uma poupança de cerca de 13 euros face a 2016/2017", refere o comunicado.

Os 7.º e 11.º anos de escolaridade são os que registam gastos médios com livros escolares mais elevados, representando custos de 177,52 euros e 176,94 euros, respectivamente, sendo que o custo médio dos manuais do 7.º ano aumentou em mais de 20 euros face ao ano lectivo passado.

"Relativamente à reutilização, o número médio de livros escolares reutilizados em toda a escolaridade obrigatória é de apenas um, assim como nos anos lectivos anteriores. No 1.º ciclo, a reutilização é residual, sendo a principal razão apontada os alunos escreverem nos próprios livros e os professores corrigirem a caneta", aponta o comunicado.

Ao longo da escolaridade obrigatória, que se estende até ao 12.º ano, os alunos precisam em média de sete livros por ano, incluindo livros de fichas, sendo o 3.º ciclo aquele que mais carrega as mochilas das crianças e jovens, com uma média de nove a dez livros.

Ainda assim, "em média, por filho, as famílias adquiriram este ano cinco livros escolares, o que significa uma diminuição de um livro em relação ao ano anterior".

Até ao momento, por decisão do actual Governo, apenas são gratuitos para todos os alunos os manuais escolares do 1.º ciclo (1.º ao 4.º ano de escolaridade), mas excluindo os livros de fichas.

Alguns municípios pagam também os livros de actividades. No caso de Lisboa, por exemplo, foi decidido que a partir do presente ano lectivo os alunos do município têm direito a todos os manuais gratuitos, incluindo os de fichas, até ao 9.º ano de escolaridade.

A partir de 2018/2019, de acordo com o estipulado no Orçamento do Estado para 2018, a gratuitidade dos manuais escolares alarga-se ao 2.º ciclo de escolaridade, ou seja, até ao 6.º ano.

 

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