Harvey Weinstein deverá entregar-se à polícia até sexta-feira

Jornais norte-americanos dizem que a investigação reuniu provas suficientes para prender o ex-produtor de cinema que está acusado de assédio sexual a um grande número de mulheres.

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Reuters/Andrew Kelly

Após semanas de investigação, as autoridades norte-americanas que passaram a pente fino as acusações de assédio sexual contra Harvey Weinstein terão reunido provas suficientes para prender o antigo produtor de cinema e homem-forte de Hollywood. A informação está a ser avançada nesta quinta-feira à noite, por diferentes jornais dos EUA, designadamente o New York Times, que foi uma peça chave na divulgação das denúncias contra Weinstein. O mesmo jornal adianta, porém, que Weinstein deverá, ele próprio, entregar-se à polícia até sexta-feira, para ser detido.

Acusado de assediar sexualmente numerosas mulheres, Weinstein deverá apresentar-se pelo seu pé às autoridades, revelaram duas fontes policiais citadas pelo New York Times. O advogado de Weinstein contactado pela Reuters, não quis comentar. 

Weinstein foi expulso da Academia norte-americana de Cinema e é, actualmente, um homem proscrito dos círculos de Hollywood, tal é a gravidade e a quantidade das denúncias que, durante dias a fio, vieram a público. O caso assumiu proporções de escândalo, com ramificações a outras áreas da cultura e da economia, depois de oito mulheres terem tornado públicas as histórias de assédio sexual e contacto não solicitado que envolviam o produtor de Hollywood.

Às oito queixas iniciais acabariam por se juntar dezenas de outras. No total, 70 mulheres acusaram o co-fundador do estúdio Miramax de violação, assédio sexual e outros comportamentos inapropriados. As denúncias provocaram ondas de choque tais que o tema extravasou largamente o cinema – nasceu então o movimento #MeToo, que motivou  mulheres da indústria cinematográfica a contarem as suas histórias de assédio sexual, mas o debate generalizou-se a muitos outros campos da sociedade norte-americana.

Nas semanas e meses seguintes, outras denúncias surgiram em catadupa, fosse no mundo da moda ou na política, questionando-se também quem sabia do que se passava e não denunciou, num debate acalorado que atingiu momentos de grande visibilidade em cerimónias regra geral festivas, como a da entrega dos prémios Globos de Ouro, nos EUA, que ficou marcada pelas intervenções contra actos do género e a opção pelo preto nas roupas da generalidade dos presentes, como símbolo de um protesto contra agressões sexuais, a desigualdade de género e a desvalorização do papel das mulheres na indústria de Hollywood.

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