Arcebispo condenado em caso de pedofilia suspende funções

Philip Wilson é a figura mais relevante da Igreja Católica a ser condenada até agora num caso de pedofilia.

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Philip Wilson pode incorrer numa pena de dois anos de prisão EPA/PETER LORIMER

O arcebispo australiano condenado por ter encoberto casos de pedofilia disse que vai suspender as suas funções e não afasta a demissão do cargo.

Philip Wilson, arcebispo de Adelaide, foi condenado na terça-feira por um tribunal australiano, tornando-se no responsável com uma posição mais elevada na hierarquia da Igreja Católica a ser objecto de uma condenação judicial num caso que envolve abusos sexuais de menores. A sentença será conhecida em Junho e poderá ir no máximo até aos dois anos de prisão.

Um dia depois da decisão, Wilson anunciou que se vai afastar das suas funções como arcebispo e admitiu poder até apresentar a demissão. “Se a qualquer altura se tornar necessário ou apropriado que eu tome mais passos formais, incluindo a demissão como arcebispo, então eu irei fazê-lo”, afirmou Wilson através de um comunicado citado pela BBC.

A defesa do arcebispo não referiu se pretende recorrer da decisão.

O tribunal de Newcastle considerou que o arcebispo nada fez quando, nos anos 1970, enquanto era assistente numa paróquia perto de Sydney, tomou conhecimento de vários casos de abusos sexuais de crianças por um padre com quem trabalhava. A defesa de Wilson argumentou que o arcebispo não se recordava das denúncias e tentou anular o processo, alegando um diagnóstico de Alzheimer dado ao sacerdote.

Nos últimos anos têm vindo a público centenas de casos de pedofilia na Igreja Católica australiana. Uma investigação revelou que 7% dos padres católicos do país estão de alguma forma envolvidos em situações desta natureza.

No início do mês, o cardeal australiano George Pell, terceira figura da Santa Sé, começou a ser julgado por várias acusações de abusos sexuais de menores.

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