Qual é o estado das paragens, estações e apeadeiros do Algarve? A DECO quer saber

Campanha da DECO pede aos algarvios para denunciarem o estado em que se encontram as paragens de autocarro, estações e apeadeiros da região

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Nuno Morão/Flickr

A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) do Algarve lançou uma campanha para incentivar os algarvios a denunciarem o estado em que se encontram as paragens de autocarro, estações e apeadeiros da região.

Através da acção "A paragem da vizinha é melhor que a minha!", a DECO/Algarve pretende que sejam denunciadas as condições em que se encontram os abrigos de passageiros no Algarve e apresentadas sugestões, informação para remeter depois às autoridades competentes, explicou à Lusa a porta-voz para esta campanha, Tânia Neves.

Abrigos completamente expostos e que não protegem as pessoas do sol, da chuva ou do vento, a falta de manutenção, de assentos, de iluminação, de limpeza e a ausência de informação sobre o serviço do transporte em causa são alguns dos problemas identificados num levantamento que a DECO fez nos últimos meses em vários pontos do Algarve.

"A ideia que transparece é que há um abandono do próprio espaço público, o que não pode acontecer", lamenta, acrescentando que as plataformas de embarque e desembarque de passageiros são infra-estruturas que devem ser integradas no próprio espaço urbano, já que constituem, também, o desenho de uma localidade.

Transportes, um "grande problema" do Algarve

Segundo Tânia Neves, o sector dos transportes públicos continua a ser "um dos grandes problemas da região do Algarve", tendo, na última década, sido registada uma quebra de 25% na utilização dos transportes públicos colectivos na região, cuja rede está, muitas vezes, desajustada às reais necessidades dos passageiros.

"Reivindicamos que estejam garantidas as funções básicas de um abrigo, que são a protecção, a comodidade e a segurança dos passageiros", sublinha, acrescentando que a DECO está também preocupada "em que seja assegurada a modernização e uma adequação dos equipamentos às actuais exigências e contextos de mobilidade".

As sugestões e queixas recolhidas serão depois encaminhadas para as autoridades com competência na matéria, acrescentou aquela responsável, sublinhando que a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) "tem um papel importante de fiscalização perante as entidades diretamente responsáveis". O levantamento do estado das plataformas na região abrangeu, até agora, cinco concelhos algarvios, mas a DECO quer estender o trabalho a toda a região, tarefa que vai continuar nos próximos meses. A DECO prevê ainda algumas acções de contacto directo com a população, entre as quais, a realização de inquéritos.

Ao abrigo da campanha, que decorre até Outubro, a DECO apela à participação dos consumidores, que podem apresentar as suas queixas ou sugestões na plataforma Queixas dos Transportes. Desde que a plataforma foi lançada, em Março de 2016, o número de reclamações registadas no sector dos transportes públicos disparou, a nível nacional, para 4.021. No Algarve, neste período, foram registadas 65 queixas, a maioria relativas aos serviços de transportes nas cidades de Faro e Portimão, número considerado satisfatório, já que antes praticamente não existiam queixas, concluiu Tânia Neves.

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