Grupo chinês que queria seguros do Montepio e Partex entra em incumprimento

Potenciais negócios em Portugal já foram descartados.

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JOSÉ SENA GOULÃO

Uma das principais subsidiárias do grupo CEFC, que queria comprar o ramo segurador do Montepio e a petrolífera Partex, falhou na segunda-feira o pagamento de dois mil milhões de yuan (265 milhões de euros) em obrigações.

O CEFC Shanghai International Group falhou ainda o pagamento de 88,8 milhões de yuan (11,8 milhões de euros) em juros de notas a nove meses emitidas pelo mercado interbancário da China, segundo um comunicado difundido pelo Shanghai Clearing House, citado pelo jornal South China Morning Post.

O incumprimento deveu-se a "mudanças substanciais" nas operações da empresa, porque o presidente, Ye Jianming, não pode exercer funções, face a tentativas falhadas de angariar capital para saldar as dívidas, afirmou a empresa, em comunicado.

Na mesma nota, a subsidiária da CEFC afirmou que precisa de mais seis meses para cumprir as suas obrigações.

Ye, fundador e presidente da empresa, está desaparecido desde Março passado, quando começou a ser investigado pelas autoridades chinesas por suspeita de crime económico.

Com sede em Xangai, a "capital" económica da China, o CEFC queria comprar as seguradoras do Montepio e a petrolífera Partex, que pertence à Fundação Calouste Gulbenkian.

No entanto, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) considerou "não instruída" a entrada do grupo no capital do Montepio Seguros.

No caso da Partex, a Gulbenkian decidiu pôr termo às negociações, devido à "incapacidade da empresa em esclarecer cabalmente" uma investigação ao seu presidente.

A firma tornou-se mundialmente famosa no ano passado, quando acordou pagar 7,4 mil milhões de euros por 14,16% da petrolífera russa Rosneft.

O consórcio que detinha aquela participação, composta pelo fundo soberano do Qatar e a gigante da mineração Glencore, anunciou este mês a suspensão do negócio.

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