Condutora que atropelou peregrinos indiciada por homicídio negligente e omissão de auxílio

Segundo a GNR, no momento da detenção a mulher apresentava "problemas do foro psicológico", mostrando-se "visivelmente alterada".

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Paulo Pimenta

A condutora do veículo que atropelou no domingo, em Alcanena, um grupo de peregrinos, um deles mortalmente, está "fortemente indiciada" pela prática dos crimes de homicídio negligente, ofensas à integridade física por negligência, condução perigosa e omissão de auxílio.

Em comunicado, a Procuradoria do Ministério Público da Comarca de Santarém afirma que a mulher, "com cerca de 26 anos", ouvida nesta segunda-feira em primeiro interrogatório no Tribunal de Instrução de Santarém, fica obrigada a apresentação semanal no posto policial da sua residência e proibida de se ausentar da povoação onde reside, com excepção da deslocação ao local de trabalho ou estabelecimento de saúde para tratamento.

Ficou ainda proibida de contactar, por qualquer meio, com pessoas ligadas ao consumo ou tráfico de estupefacientes, e de condução de veículos motorizados, tendo sido determinado que, no prazo de três dias, entregue a sua carta de condução ou documento que a substitua, a qual ficará apreendida à ordem do inquérito, afirma o comunicado.

O MP afirma que foi atendido o seu pedido de aplicação de medidas de coacção adicionais ao termo de identidade e residência dados os "perigos de continuação de actividade criminosa e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas".

A arguida fica indiciada pela prática de oito crimes (um crime de homicídio negligente, cinco crimes de ofensas à integridade física por negligência, um crime de condução perigosa de veículo rodoviário e um crime de omissão de auxílio).

A investigação prosseguirá no inquérito a tramitar pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Torres Novas, acrescenta.

A mulher, detida domingo pela GNR no nó de acesso da A23 com a A1, depois do atropelamento seguido de fuga, foi levada, após a detenção, para o serviço de psiquiatria do Hospital de Tomar, pertencente ao Centro Hospitalar do Médio Tejo, confirmou à Lusa fonte desta unidade de saúde.

Segundo a GNR, no momento da detenção a mulher apresentava "problemas do foro psicológico", mostrando-se "visivelmente alterada".

O atropelamento, ocorrido cerca das 5h de domingo na EN 365, em Moitas Venda, Alcanena, fez uma vítima mortal, um homem de 59 anos, e feriu cinco pessoas, uma das quais em estado grave.

O grupo de peregrinos, com idades entre os 20 e os 65 anos, seguia em direcção a Fátima, segundo informação da GNR.

A vítima grave, inicialmente transportada para o Hospital de Santo André, em Leiria, acabou por ser transferida em "estado crítico" para Coimbra.

 

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