Irão vai enfrentar as “sanções mais duras na história”, diz Pompeo

Secretário de Estado dos EUA apresentou uma lista de 12 exigências para que o regime iraniano evite a aplicação de sanções.

Foto
Mike Pompeo revelou a nova estratégia dos EUA para lidar com o Irão Reuters/JONATHAN ERNST

Os EUA vão aplicar as “sanções mais duras da história” ao Irão, garantiu nesta segunda-feira o secretário de Estado, Mike Pompeo.

O Irão terá de “batalhar para manter a sua economia à tona”, afirmou Pompeo durante um aguardado discurso em que delineou a nova estratégia de Washington, após o abandono do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano.

Apresentou uma lista de 12 exigências que o Irão terá de cumprir para que as sanções sejam levantadas, que incluem não apenas a desnuclearização, mas também a retirada militar da Síria e do Iémen e o fim do apoio a grupos considerados terroristas, como o Hezbollah ou o Hamas. O responsável norte-americano garantiu que as exigências apresentadas a Teerão são “razoáveis”.

“O Irão nunca mais terá carta branca para dominar o Médio Oriente”, afirmou Pompeo.

Um dirigente iraniano, citado pela Reuters, acusou os EUA de estarem a tentar promover uma "mudança de regime" no país. "A América quer pressionar o Irão a render-se e a aceitar as suas exigências ilegais", acrescentou o responsável.

A decisão de Donald Trump de retirar os EUA do acordo assinado em 2015 foi recebido com muitas críticas pelas restantes potências (França, Reino Unido, Alemanha, China e Rússia) que mantêm o apoio ao acordo que tinha como objectivo congelar o desenvolvimento de armamento nuclear pelo regime de Teerão em troca de um levantamento das sanções económicas.

Pompeo revelou que os EUA vão enviar grupos de responsáveis a vários países para explicarem os méritos da estratégia de Trump. O chefe da diplomacia norte-americana diz esperar que os aliados venham a “reconhecer que a Administração Trump fez a opção correcta” ao sair do acordo.

Pompeo deixou também avisou as empresas que violarem as restrições impostas por Washington, e fizerem negócios com o Irão, de que serão punidas – num recado para os aliados europeus que estão contra as sanções.

As restantes exigências da Administração norte-americana junto do Irão incluem o acesso total de inspectores da Agência Internacional da Energia Atómica aos locais relacionados com o programa nuclear, o fim do enriquecimento de urânio e o encerramento do reactor de águas pesadas.

Qualquer suavização das sanções só será concretizada, disse Pompeo, caso sejam observadas “mudanças tangíveis” no comportamento do Irão.

Sugerir correcção
Ler 15 comentários