PCP critica "convergência negativa" entre PS, PSD e CDS-PP

Jerónimo de Sousa diz que esta sintonia se tem vindo a alargar a outros domínios, além do laboral.

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Jerónimo de Sousa dicsursou em Baleizão LUSA/NUNO VEIGA
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PCP homenageou Catarina Eufémia LUSA/NUNO VEIGA
A trabalhadora rural foi assassinada pelas forças do regime fascista há 64 anos,
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A trabalhadora rural foi assassinada pelas forças do regime fascista há 64 anos, LUSA/NUNO VEIGA
O vermelho do PCP inundou Baleizão
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O vermelho do PCP inundou Baleizão LUSA/NUNO VEIGA

O secretário-geral do PCP criticou este domingo a "convergência negativa" entre PS, PSD e CDS-PP, considerando que a política de direita, "o grande obstáculo à solução dos problemas" de Portugal, mantém-se "nas opções fundamentais" do Governo.

Trata-se de "uma convergência que mostra que o grande obstáculo à solução dos problemas do país e ao melhoramento das condições de vida dos trabalhadores e do povo - a política de direita - se mantém nas opções fundamentais da actual solução governativa", afirmou Jerónimo de Sousa.

O líder dos comunistas portugueses falava no discurso de encerramento da tradicional homenagem do PCP à trabalhadora rural Catarina Eufémia, assassinada pelas forças do regime fascista, em 19 de Maio de 1954, há 64 anos, na aldeia de Baleizão, no concelho de Beja, no Alentejo.

A crítica de Jerónimo de Sousa surge após a proposta do PCP para reduzir o horário de trabalho para 35 horas semanais para todos os trabalhadores ter sido chumbada na Assembleia da República, na passada sexta-feira, com votos contra de PS, PSD e CDS-PP.

Segundo Jerónimo de Sousa, "a convergência que tem vindo a acontecer no plano da legislação laboral e a alargar-se a outros domínios, unindo PS, PSD e CDS-PP, confirma os laços de classe que unem estes três partidos quando se trata de optar pelos interesses do capital, confirmando a sua convergência em questões estruturantes da política de direita".

PS, PSD e CDS-PP "justificam a sua convergência negativa com a necessidade de garantir a competitividade da economia nacional, mas trata-se de uma falácia", porque "o peso dos custos do trabalho no conjunto dos custos nas empresas está entre os 11% e os 17%", frisou.

"O que esta convergência sistemática na votação da legislação laboral confirma é que PS, PSD e CDS-PP querem consolidar o retrocesso que foi imposto aos trabalhadores portugueses pelos seus governos nos últimos anos, nomeadamente eternizar as medidas de subversão das leis laborais, que têm vindo a pôr em causa direitos fundamentais", alertou.

Jerónimo de Sousa lembrou que "foi com a luta que se conseguiram avanços na reposição de direitos e rendimentos" e "será com a luta que se conseguirão novas conquistas". Desta vez, o líder do PCP não falou sobre o Orçamento do Estado.

Uma luta que "precisa de continuar a crescer e avançar nas empresas, nos locais de trabalho, nas ruas, confluindo para a grande manifestação nacional marcada pela CGTP-IN para 9 de Junho, em Lisboa, pela exigência da valorização do trabalho e dos trabalhadores, pela defesa, pela reposição e pela conquista de direitos e rendimentos, pela exigência de medidas de combate à precariedade e ao desemprego, pela valorização dos salários", rematou.

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