"Notáveis" do Sporting pedem a jogadores pacto de “sangue verde”

"Não virem as costas ao nosso clube", apela grupo constituído sobretudo por políticos, numa altura em que a possibilidade de vários jogadores rescindirem os seus contratos na sequência das agressões por elementos de uma das claques paira sobre o emblema de Alvalade.

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Santana Lopes é um dos signatários da carta aberta que pede aos jogadores para não rescindirem contrato por justa causa Nuno Ferreira Santos

Santana Lopes, Paulo Portas, Jorge Coelho e Pires de Lima são alguns dos mais de 30 signatários de uma carta aberta aos futebolistas do Sporting, aos quais pedem "um pacto de sangue, verde de esperança", a partir de segunda-feira.

"A nossa história precisa e merece o vosso contributo e responsabilidade. Dentro, mas também fora das quatro linhas. O futuro desta grande instituição centenária não está nos vossos pés, está nas vossas e nas nossas mãos. Juntas, unidas e coesas. Ajudem-nos a ajudar-vos para iniciarmos, juntos, um novo ciclo, um novo caminho de sucesso para que possamos construir um novo futuro para o Sporting", lê-se na carta, a que a Lusa teve acesso.

Estes "notáveis" pedem aos jogadores que "não virem as costas ao clube" e "demonstrem uma vez mais que têm o Sporting no sangue", na sequência de "vários e sucessivos acontecimentos de enorme gravidade", que os deixaram "profundamente chocados".

"Sabemos que viveram um momento único e talvez o mais difícil das vossas vidas, certamente extensível a todos quantos vos são queridos, e que este é um momento ingrato, injusto e muito doloroso. É por isso que estamos aqui, solidários com todos vocês mas também empenhados em agir de imediato, deixando uma mensagem de confiança no futuro", prossegue a missiva.

Considerando a existência de "um presente triste e negro", apontam ao futuro, evocando os "sócios, adeptos e simpatizantes espalhados pelo mundo, dos mais humildes aos mais bem posicionados", com "Sporting no sangue", que "tudo farão para salvar o Sporting Clube de Portugal desta situação".

Nesse sentido, deixam um apelo ao coração, à responsabilidade, ao reconhecimento e respeito pelos sportinguistas: "Uma família que nunca vos deixou nem nunca vos deixará sozinhos. O clube que representam, e o leão que trazem ao peito, precisa hoje, mais do que nunca, de todos".

"Não virem as costas ao nosso clube. Demonstrem uma vez mais que têm o 'Sporting no sangue'. Porque este é um sangue de força, de energia, de rejuvenescimento, de vontade de ganhar. É um sangue de valores éticos, morais e sociais que voltarão a fazer do Sporting o grande Sporting Clube de Portugal", remata a carta assinada por antigos governantes como António Pires de Lima, Bernardo Trindade, Carmona Rodrigues, José Vera Jardim, Nuno Fernandes Thomaz, Paulo Núncio, Paulo Portas e Pedro Santana Lopes, um dos dois antigos presidentes do clube signatários, juntamente com Filipe Soares Franco. 

Na sequência da invasão da Academia do Sporting, em Alcochete, por um grupo de cerca de 50 pessoas alegadamente ligadas a uma das claques do clube, na terça-feira, da qual resultaram agressões a vários elementos do plantel e da equipa técnica, tem sido noticiada a possibilidade de vários futebolistas avançarem para rescisões unilaterais dos seus contratos, alegando justa causa.

Numa conferência de imprensa, neste sábado, o presidente do clube, Bruno de Carvalho referiu-se várias vezes a essa possibilidade. “Não estou a ver como possa haver rescisão por um acto que involuntariamente saiu dos próprios jogadores", referiu, responsabilizando os jogadores por não o terem informado de um "encontro" que alegadamente terá sido marcado por um elemento de uma das claques dos clube com o plantel depois de um desentendimento ocorrido após a derrota do Sporting frente ao Marítimo, que lhe valeu o afastamento de um lugar que dá acesso à Liga dos Campões da próxima temporada.

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