BE insiste em ter 1% para a Cultura no Orçamento

O partido não gostou de ouvir António Costa dizer que esse objectivo poderá não ser alcançado nesta legislatura.

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António Costa esteve ontem no Museu Nacional do Azulejo LUSA/NUNO FOX

O Bloco de Esquerda (BE) não gostou de ouvir o primeiro-ministro dizer que não crê que numa legislatura seja possível alcançar objectivo de garantir um 1% do Orçamento do Estado para a Cultura.

“O PS, o Governo e o primeiro-ministro em particular passam a vida a dizer que a cultura é indispensável para o conhecimento, nós dizemos que é indispensável para a cidadania, é um músculo para a cidadania. O Governo tem a obrigação de fazer esse investimento estratégico”, disse ao PÚBLICO o deputado do BE Jorge Campos.

Questionado pelo PÚBLICO, num entrevista publicada esta sexta-feira no Ípsilon, sobre se tem a expectativa de alguma vez, enquanto primeiro-ministro, dedicar 1% do Orçamento de Estado à Cultura, António Costa respondeu: “É um caminho muito ambicioso, mas temos de ter essa trajectória. Não creio que numa legislatura seja possível alcançar esse objectivo, a não ser que as condições se revelem absolutamente excepcionais (…). Detesto assumir compromissos sem ter a certeza de que os posso assumir. Sei que esse é o objectivo que queremos alcançar, ainda não lhe posso dizer quando.”

Jorge Campos assegura que o Bloco “vai continuar a lutar para que o objectivo seja alcançado”, lembrando que esta é uma “bandeira e uma luta do BE” de há muitos anos. O deputado diz que o Governo percebeu, nos recentes protestos do sector por mais apoios para as artes, “que faltava investimento”. “Há dinheiro para outros sectores, mas não há para a Cultura, apesar de o primeiro-ministro passar a vida a dizer que o sector é muito importante. É uma questão de opção. Nós vamos continuar a lutar pelo 1% ainda nesta legislatura”, garante

O parlamentar bloquista lembra que, quando foram feitas as reuniões em que foi alcançado o acordo do BE para o apoio parlamentar ao actual Governo, foi dito a António Costa que “a situação na Cultura era grave”. “Alertamos desde logo que a Cultura estava em estado de emergência.”

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