#DireitoASer quem tu és (também) é isto

Chama-se Daniela e reconhecer-se neste nome, que escolheu para ela, foi “um momento de viragem”. Não se identificava com o nome masculino que lhe foi atribuído à nascença. E “não é o meu corpo que define o meu género, sou eu”, declara, na campanha #DireitoASer, da Comissão para a Cidadania e Igualdade do Género (CIG), lançada no início da semana, dias antes desta quinta-feira, 17 de Maio, em que se assinala o Dia Intenacional contra a Homofobia, a Bifobia e a Transfobia (que vai levar pessoas LGBTI a distribuir abraços em Coimbra, Porto e Lisboa, contra a discriminação).

 

São testemunhos na primeira pessoa, em vídeo, de quatro pessoas trans ou intersexo que partilham “experiências diferentes”, com um ponto em comum: “a luta pelo reconhecimento dos seus direitos”. “Eu sou o Santiago, eu sou intersexo e o meu corpo merece existir.” Daniela, Júlia (primeira dirigente transexual de um partido político português), Isaac e Santiago escolheram ser filmados a realizar actividades triviais, como cortar o cabelo ou ir à biblioteca, para mostrar que os seus interesses pessoais “são partilháveis por toda a gente independentemente da sua identidade ou expressão de género e das suas características sexuais”. A CIG partilhou ainda um pequeno glossário para entender os termos anteriormente citados e que são referidos na campanha que “acompanha o debate público em torno da lei “que estabelece o direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e o direito à protecção das características sexuais de cada pessoa”. Porque, como observa Santiago, “os corpos não nascem iguais”.