Desportivo das Aves embalado pela crença de uma vila

“As finais não se jogam. Ganham-se. Tragam a Taça”, lia-se numa faixa sobranceira ao estádio do clube. De lá, saiu um autocarro rumo a Peniche, com uma equipa esperançada em erguer ainda mais alto o nome do clube.

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Adriano Miranda
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A primeira presença do Desportivo das Aves na final da Taça de Portugal levou quase 200 adeptos a expressarem o apoio à equipa, na saída do autocarro rumo a Peniche, onde o clube vai estagiar até ao dia do jogo. 

“As finais não se jogam. Ganham-se. Tragam a Taça”, lia-se numa faixa sobranceira ao estádio do clube. De lá, saiu um autocarro rumo a Peniche, com uma equipa esperançada em erguer ainda mais alto o nome do clube numa época já histórica. Entre os cerca de 200 adeptos que fizeram questão de se despedir dos jogadores, uns cantavam e outros gritavam. Alguns até bateram com as mãos no autocarro como se a força aí empregue pudesse ser transferida para quem vai entrar em campo para defrontar o Sporting no domingo, no Estádio Nacional.

A equipa de Vila das Aves atravessa um momento inédito em 88 anos de história. Depois de ter garantido pela primeira vez a manutenção na Primeira Liga – descera nas anteriores participações (1985/86, 2000/01 e 2006/07) -, a formação do concelho de Santo Tirso vai disputar uma inédita final da Taça de Portugal, após ter eliminado Vila Real, União de Leiria, União da Madeira, Rio Ave e Caldas, a sensação da prova.

O momento é, assim, especial para quem acompanha o emblema avense há 60 anos, como é o caso de Hélder Lima. O sócio número 108 acompanhou o clube nas divisões secundárias e nos campeonatos da Associação de Futebol do Porto. Viveu a primeira subida ao campeonato da I Divisão, em 1985. Mas a presença no Jamor é algo que nunca esperou viver. “Nunca pensei que o Aves chegasse a uma final. É a melhor época de sempre. É tão importante para nós, que é difícil ter palavras”, afirmou ao PÚBLICO, enquanto esperava pela saída da equipa no café do estádio, ao lado de mais sócios.

A saída do plantel foi acompanhada por crianças, jovens, adultos, mas também idosos. “Vamos fazer história no clube cheio de valor. Vamos cantar vitória no lindo Estádio do Jamor”, entoava o refrão cantado por um grupo de 50 pessoas, oriundo dos lares de Vila das Aves e de três freguesias vizinhas. Uma das utentes, Maria de Belém Sampaio, sempre acompanhou a equipa listada de vermelho e branco e acredita na vitória. A força e a coragem são os ingredientes para lá chegar, diz.

A acompanhar os utentes, estava o pároco de S. Miguel das Aves. Há 37 anos na vila, Fernando Abreu vê o professor Neca como alguém digno de uma estátua junto ao estádio do clube – foi o responsável pelas primeiras três subidas à divisão principal – e crê que os pupilos de José Mota “vão estar ao melhor nível da época” e “aproveitar uma oportunidade” que pode ser única na final com o Sporting.

Crise leonina é factor de incerteza

No Jamor, o Desportivo das Aves vai encontrar um adversário em crise, quer pelos supostos casos de corrupção no futebol e no andebol que estão sob investigação, quer pelas agressões ao plantel e à equipa técnica, na Academia de Alcochete.

A situação é, porém, encarada com cautela pelas hostes avenses. Ricardo Félix, de 19 anos, avisou que uma vitória na Taça pode ser uma forma de juntar mais os adeptos leoninos, “neste momento um bocado chateados uns com os outros”, mas considerou também que a agitação em torno do Sporting pode beneficiar um Aves, que, a seu ver, atravessa a melhor fase da época. “A equipa melhorou muito em termos de união. Os jogadores estão agora mais focados na equipa e não na questão individual. Temos de aproveitar este desfalque na equipa deles e mostrar a raça das Aves para ganhar a Taça”, afirmou o sócio com cinco anos de filiação no clube.

Para Hélder Lima, a crise do Sporting vai agravar as dificuldades, mas a crença na vitória permanece até ao fim. De qualquer forma, ver o Aves subir a escadaria do Estádio Nacional já “será uma grande honra”, quer na vitória, quer na derrota. A população, essa, já está toda mobilizada para marcar presença no Jamor. Com 8458 habitantes, à data do Censos 2011, esta vila já esgotou os bilhetes disponíveis. Esperam-se entre 7000 a 9000 adeptos a dar um tom vermelho à bancada.

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