Principais distritais do PSD ainda não têm equipas temáticas a funcionar

Rui Rio pediu mais empenhamento das distritais na criação das secções temáticas.

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Rio está preocupado com a desilusão que este atraso possa provocar a quem quer colaborar com o partido Nuno Ferreira Santos

As principais distritais do PSD ainda não têm nenhuma equipa temática a funcionar como foi preconizado, em Março, por Rui Rio. Lisboa, Porto e Braga estão ainda a preparar a formação das secções distritais que o líder do PSD apresentou como uma “revolução” no gabinete-sombra do partido. Agora, em carta enviada às estruturas, apela a um maior empenho para a criação destas equipas. O objectivo, ao que o PÚBLICO apurou, era ter preparada uma medida em cada uma das 16 áreas em Julho, mas o prazo é apertado.

Com o Conselho Estratégico Nacional aprovado formalmente em Abril, o PSD ainda não se mobilizou para dar cumprimento ao desejo de Rui Rio: a de criar secções temáticas em todas as distritais para atrair os militantes e simpatizantes para trabalharem em propostas em 16 áreas. Só que as distritais alegam que há que cumprir etapas internas para criar as estruturas pretendidas. Nenhuma das principais – Lisboa, Porto, Braga e Viseu – tem uma equipa já a funcionar. No Porto, o líder da distrital, António Bragança Fernandes, referiu ao PÚBLICO que já tem cerca de 100 inscritos, mas que falta as concelhias indicarem os nomes para fazerem parte das equipas. Acrescenta que fez um apelo nesse sentido numa reunião da distrital nesta segunda-feira à noite. Neste caso, o processo pode vir a estagnar por causa das eleições marcadas para a direcção da distrital portuense.

A distrital de Lisboa está a “fazer o levantamento” das várias secções temáticas, segundo o líder do PSD-Lisboa, Pedro Pinto, que espera vir a criar equipas sobre Ambiente, Saúde e Segurança social, entre outros temas.

No caso de Braga, o processo foi dividido em várias etapas e já se realizou uma reunião da distrital só sobre este tema, segundo André Coelho Lima, vice-presidente da estrutura. “Foi um tempo necessário para cumprir estas etapas, para que nenhuma estrutura partidária dissesse que não foi ouvida”, disse Coelho Lima, que é também vogal da Comissão Política Nacional do PSD.

No caso de Viseu, Pedro Alves, líder da distrital, espera ver as equipas a funcionar em meados de Junho. Já se reuniu com as secções e tem identificados os possíveis coordenadores das áreas. O PÚBLICO tentou contactar Salvador Malheiro, líder da distrital de Aveiro, mas tal não foi possível até ao fecho desta edição.

O mês de Junho é o apontado pelas principais distritais contactadas para ter as equipas a funcionar, mas Rui Rio queria um processo mais célere. Até porque, na primeira reunião de coordenadores e porta-vozes do Conselho Estratégico Nacional, realizada a 21 de Abril, ficou definido como objectivo que os grupos temáticos do gabinete-sombra tivessem uma medida pronta em Julho.  

Dois meses depois da apresentação pública deste gabinete-sombra e do seu desdobramento distrital, Rui Rio pediu mais empenhamento das distritais no processo para evitar a desilusão dos que se inscreveram no site para os debates. Numa carta enviada aos líderes das distritais e que a Lusa teve acesso, o líder do partido apelou ao seu contributo para gerar um “forte impulso” na criação e funcionamento das secções temáticas.

Só que, por estes dias, os líderes das distritais andam um pouco desiludidos com a forma como são tratados em termos oficiais pela direcção do partido. No passado sábado, na festa dos 44 anos do PSD, num teatro em Beja, os dirigentes distritais não tinham lugar marcado na sala e ficaram de pé a assistir à sessão de aniversário.

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