Balões de hélio lançados em dia de festa? Não, diz a Noruega

Governo norueguês proibiu a venda de balões de hélio no Dia da Constituição do país. Os motivos são os óbvios: evitar a poluição causada pelo plástico, proteger a vida animal e poupar um gás escasso

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Andreas Weiland/Unsplash Andreas Weiland/Unsplash

No Dia da Constituição da Noruega, 17 de Maio, os balões de hélio estão proibidos. Ao todo foram 29 os municípios noruegueses que baniram a venda dos balões, uma vez que a poluição causada pelo plástico e a utilização de um gás cada vez mais escasso preocupam o Governo. 

Egil Olsen, director da Comissão das Comemorações do 17 de Maio em Stavenger, cidade no sudoeste da Noruega, é um dos impulsionadores da proibição de balões. "Não queremos que se vendam balões de hélio. Causam demasiado lixo", afirmou, em declarações à emissora norueguesa NRK (citado no jornal The Local). Também Jenny Gray, director executivo da Zoos Victoria e organizadora de uma campanha australiana contra o lançamento de balões, alertou para a ameaça que os balões representam para a vida selvagem. "Encontram-se, frequentemente, crias de aves com falta de peso e famintas, com os estômagos cheios de lixo, incluindo balões e os seus adereços", sublinhou.

Bergen, Haugesund, Tromsø e Fredrikstad foram algumas das cidades que se juntaram ao movimento, proibindo os balões de hélio. Em Trondheim, a solução foi outra: os balões vão ser permitidos, desde que tenham peso suficiente para não voarem para longe.

Já o Partido Verde Norueguês acredita que é preciso ir mais longe e, por isso, pediu ao Governo que os balões fossem banidos a nível nacional, ainda antes do Dia da Constituição da Noruega. Rasmus Hansson, porta-voz, afirmou que "a maioria das pessoas não gosta de lixo de plástico voador", pelo que "seria um absurdo que os partidos não apoiassem uma proposta destas". 

A ideia, contudo, não agrada a todos. "Não são os balões do dia 17 de Maio que contribuem para a poluição com plástico na Noruega. Garrafas e outras embalagens são os plásticos que devem ser reduzidos, disse à NRK Lisbet McCarroll, citada no mesmo texto, a directora de uma empresa de produção de balões em Oslo, a The Balloon Company. De acordo com a emissora norueguesa, a empresa vendeu 13 mil balões em 2017, só a propósito do Dia da Constituição da Noruega, pelo que a proibição dos balões poderá significar uma quebra de 15 a 20 por cento na receita.

Várias associações ambientais, também em Portugal, têm vindo a alertar para esta problemática: a Associação Portuguesa do Lixo Marinho, por exemplo, emitiu um comunicado em 2016, no qual alerta para o facto dos animais confundirem os balões destruídos com alimentos, acabando por ingeri-los. 

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