Marselha joga com a geografia, Atlético aposta na história

Franceses e espanhóis jogam em Lyon a final da Liga Europa e os “colchoneros”, que venceram a prova em 2009-10 e 2011-12, são favoritos. As autoridades anunciaram um sistema de segurança reforçado.

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Os jogadores do Atlético de Madrid no último treino antes da final de hoje da Liga Europa, com o Marselha GUILLAUME HORCAJUELO/EPA

O Marselha vai jogar no seu país e a pouco mais de 300 quilómetros do seu estádio, mas o Atlético de Madrid terá a história (e a qualidade do seu plantel) a seu favor. O Stade de Lyon recebe esta noite a final da Liga Europa, num jogo onde os “colchoneros”, que já venceram a prova em 2009-10 e 2011-12, são favoritos. Na antevisão da partida, Diego Simeone, treinador dos espanhóis, garantiu que a sua equipa será “humildade” perante um adversário “muito duro”. Do outro lado, Rudi Garcia acredita que o Marselha pode tornar-se na primeira equipa francesa a vencer a competição: “Tudo é possível em futebol quando tudo é decidido em apenas um jogo.”

“Há 25 anos o Marselha tornou-se no primeiro clube francês a vencer a Taça dos Campeões. Temos agora a oportunidade de sermos os primeiros a vencer por um clube francês a Liga Europa.” Treinador do Marselha desde Outubro de 2016, Rudi Garcia terá hoje a oportunidade de valorizar um currículo que já é de respeito. Campeão francês pelo Lille em 2010-11, época onde também conquistou a Taça de França, Garcia lembrou na antevisão da partida que terá pela frente um rival que na última década venceu por duas vezes a Liga Europa e disputou duas finais da Liga dos Campeões: “São sólidos e têm o melhor desempenho defensivo em Espanha, mas também são perigosos no ataque. Há similaridades entre as duas equipas, porque ambas têm muito carácter.”

O técnico francês mostrou-se, no entanto, “decepcionado” por o treinador adversário estar impedido de assistir à partida no banco de suplentes: “Decepciona-me que Diego Simeone não possa estar no banco. Infelizmente, está suspenso e é muito difícil para um treinador ver-se privado de estar ao lado dos seus jogadores, seja que jogo for. Podia encontrar-se outra maneira de castigar os treinadores. Simeone é um ganhador nato, fez um trabalho formidável e converteu o Atlético num actor fundamental no panorama futebolístico mundial.”

Apesar de estar castigado, Simeone garantiu que esse não será um problema para o Atlético e depositou total confiança em Germán Burgos, o seu adjunto na equipa “colchonera”: “Vivemos esta situação com o Arsenal, em casa, onde o Germán esteve à frente da equipa. Conhecemo-nos há quase uma vida inteira, temos sentimentos em comum e vemos o futebol da mesma maneira. Confio na presença dele à frente da equipa.”

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Sobre o jogo, o técnico argentino alertou para o contra-ataque dos franceses, que “têm laterais verticais e muito ofensivos”, e elogiou “Payet, que controla o ritmo”. É uma equipa com um treinador que tem feito um grande trabalho. Será, por isso, um jogo intenso e vamos disputá-lo com tudo o que temos”, garantiu Simeone.

Jogo de alto risco

Como é habitual, a UEFA está a preparar a final com especiais cuidados de segurança, mas a presença do Marselha em Lyon torna o jogo entre espanhóis e franceses de alto risco, face à enorme rivalidade entre o clube marselhês e o Olympique de Lyon. As autoridades anunciaram um sistema de segurança que “triplicará ou quadruplicará” os meios habituais para um jogo do campeonato francês e a fan zone foi suspensa, por as autoridades temerem que surjam confrontos.

O último jogo entre Lyon e Marselha, realizado em Março, terminou com confrontos entre jogadores das duas equipas no final da partida — Anthony Lopes foi suspenso por três jogos por agredir um elemento da equipa técnica do Marselha —, e, recentemente, um cântico de adeptos marselheses, dirigido ao presidente do Lyon, Jean-Michel Aulas, alarmou ainda mais as autoridades: “Vamos partir tudo em tua casa.”

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