Críticos de Cristas votam contra contas do CDS

Reunião do Conselho Nacional foi palco de discussão sobre eleições na distrital do Porto.

Foto
Cristas promete isenção quanto às candidaturas no CDS-Porto NUNO FERREIRA SANTOS

Os elementos da lista do CDS alternativa à direcção de Assunção Cristas – liderada pelo ex-deputado Filipe Lobo d’Ávila – votaram contra as contas do partido, por não terem sido disponibilizadas antes da reunião do conselho nacional do passado sábado. A tendência Esperança em Movimento, corrente interna do CDS, absteve-se pelo mesmo motivo.

Na reunião, realizada em Évora, a líder do CDS ouviu várias críticas ao facto de as contas do partido de 2017 não terem sido disponibilizadas aos conselheiros nacionais e só terem sido apresentadas, de forma geral, naquele momento. Elementos da lista de Filipe Lobo d’Ávila (que não esteve na reunião) fizeram o pedido formal para ter acesso às contas na semana passada, mas sem sucesso, o que levou ao voto contra. Apesar das queixas de opacidade, as contas do ano passado foram aprovadas. 

Outro dos pontos polémicos da reunião, de acordo com relatos ao PÚBLICO, foi a inclusão do secretário-geral adjunto Manuel Gonçalves numa das listas concorrentes à concelhia do Porto. Abel Matos Santos, porta-voz da tendência Esperança em Movimento, pediu a demissão do cargo de Manuel Gonçalves, por considerar que é incompatível fazer parte da secretaria-geral e ser candidato a uma estrutura ao mesmo tempo, tomando partido por uma das listas. A direcção de Cristas justificou esta participação com o facto de o dirigente ainda não ocupar o lugar de secretário-geral adjunto, quando concorreu na lista liderada por Catarina Araújo, que perdeu.

Depois das eleições na concelhia do Porto, que foram ganhas à tangente por uma lista que não era apoiada pela direcção de Assunção Cristas, as eleições para a distrital estão a agitar o partido. Um dos elementos da lista de Lobo d’Ávila, Fernando Peres, disse não se rever nas pressões internas que estão a ser feitas nos processos eleitorais do Porto. Uma intervenção que suscitou uma reacção acesa de Cecília Meireles, vice-presidente do partido e a única candidata assumida à liderança da distrital. Outro dos actuais vice-presidentes da distrital, Fernando Barbosa, pode vir a candidatar-se contra Cecília Meireles, mas há queixas de pressões para que a deputada seja a única a liderar uma lista. Na reunião, Cecília Meireles mostrou não ter gostado da crítica e disse estar a ser perseguida pelos “jornais de Lisboa”.

No final da sessão, a líder do CDS admitiu que gostava que houvesse consenso para uma lista única no Porto, mas declarou ser isenta nas eleições da distrital e disse estar sensibilizada pela disponibilidade de Cecília Meireles para se candidatar ao cargo, tendo em conta as funções que já desempenha no partido.

Sugerir correcção
Comentar