“Queremos fazer de Paço de Arcos a Saint-Tropez de Portugal”

Com a anunciada construção de uma marina em Paço de Arcos, o concelho de Oeiras ficará com três equipamentos do género. “Quantas mais marinas houver na zona do Tejo, melhor”, diz Isaltino.

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O presidente da câmara de Oeiras quer apostar no "mercado em expansão" dos barcos de recreio Miguel Manso

Isaltino Morais só está à espera que a Infra-Estruturas de Portugal dê autorização para avançar com várias obras na Marginal, que “tem de ser cada vez mais uma avenida, em vez de uma estrada de circulação de grande tráfego”. No horizonte do autarca está a construção de várias rotundas entre a Cruz Quebrada e Carcavelos, bem como o desnivelamento da estrada junto a Santo Amaro, o que “permite abrir toda aquela frente ribeirinha do jardim de Santo Amaro para a praia”.

Essa é, acredita Isaltino Morais, “a grande obra que vai permitir a reconciliação definitiva de Oeiras com o Tejo”. O presidente da câmara de Oeiras diz que já foram estudadas as hipóteses de construir um viaduto ou um túnel e garante que “aquela que tem menor impacto ambiental é o túnel”. Falta a luz verde da Infra-Estruturas de Portugal. “Essa é uma obra que eu tenciono arrancar através de um concurso de concepção/construção”, explica, referindo-se a um procedimento simplificado de contratação pública que dispensa a abertura de concurso. “Porque me parece muito urgente e não se compadece com abertura de concurso público para o projecto, depois um concurso público para a empreitada”, justifica.

Mas Isaltino Morais tem planos maiores para a frente ribeirinha de Oeiras, que podem tornar irreconhecível a actual orla costeira. Sobretudo se chegar a avançar a substituição dos comboios por eléctricos na linha de Cascais, hipótese que o autarca não põe de parte.

Uma das intervenções previstas é a conclusão do passeio marítimo em dois troços: entre Paço de Arcos e Caxias e entre a Cruz Quebrada e Algés. Quando estiver pronto, este passeio vai ligar o concelho de Cascais ao de Lisboa ao longo do Tejo, mas é pouco provável que as obras escapem a alguma contestação, à semelhança da que já ocorreu em fases anteriores da empreitada.

Por outro lado, o autarca assume o desejo de construir uma nova marina de recreio em Paço de Arcos. “Nós queremos fazer de Paço de Arcos a Saint-Tropez de Portugal”, anuncia Isaltino, argumentando que o centro daquela vila “está a ser recuperado e está a ficar muito bonito, até ao fim deste ano vão abrir mais quatro restaurantes, é já uma das zonas com mais restauração da região de Lisboa, de grande qualidade, por isso tem todas as condições para ser uma espécie de Saint-Tropez”.

Oeiras já tem uma marina, situada perto da praia da Torre. Está ainda prevista a construção de uma outra marina na Cruz Quebrada, no âmbito de um megaprojecto imobiliário do grupo SIL para a foz do Jamor. Com a de Paço de Arcos, o concelho ficará com três equipamentos do género.

“Quantas mais marinas houver na zona do Tejo, melhor”, afirma Isaltino. “Passam mais de 50 mil barcos aqui na costa que vão para o Mediterrâneo e não param aqui. Há uma lista de espera de 100 ou 200 barcos aqui na marina de Oeiras. Estamos a falar de um mercado em expansão. Ir para a marina da Expo dá muito trabalho. Mas se puder estacionar em Cascais ou Oeiras é muito mais fácil. Estaciona aqui, mete-se num carrinho e vai ver Lisboa.”

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