FMI lança base de dados sobre endividamento em 190 países

Fundo Monetário Internacional quer dar maior visibilidade à saúde financeira das economias nacionais quando se espera que a subida dos juros comece a pressionar Estados, famílias e empresas.

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FMI alerta para um envidamento global superior aos níveis de 2009, quando se registou a falência do Lehman Brothers Yuri Gripas

Com o endividamento público e privado a crescerem e com as taxas de juro a começarem a subir, o Fundo Monetário Internacional (FMI) pretende lançar, na segunda-feira, uma base de dados que permita fazer o retrato fiel da situação financeira de 190 países. Segundo o Guardian, esta base de dados global deverá conter séries de todas as economias desde a década de 50.

Em Abril, o FMI anunciou que a economia mundial estava mais endividada do que antes da crise financeira – tendo atingido um peso de 225% face ao Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2016. Ou seja, 12 pontos acima dos níveis recorde atingidos em 2009, quando se registou a falência do Lehman Brothers – o que despertou agora os Estados para a necessidade de reduzirem o endividamento antes da chegada da próxima crise.

De acordo com o FMI, a dívida global  – pública e privada das economias mundiais –, alimentada por um longo período de taxas de juro historicamente baixas, atinge agora qualquer coisa como 164 triliões de dólares (cerca de 133 biliões de euros).

Segundo a instituição liderada por Christine Lagarde, a China foi responsável por cerca de 40% do crescimento da dívida mundial na última década, com o reforço do crédito concedido pela banca comercial. Se as economias emergentes e aquelas com crescimentos mais débeis estão numa posição mais frágil, o FMI entende que o esforço deve ser generalizado para reduzir o peso da dívida.

A subida das taxas de juro anunciadas por diversos bancos centrais irá certamente começar a pressionar os consumidores e as empresas. “Com a subida das taxas a caminho é mais importante do que nunca perceber quem é que está muito endividado, ou não, e como é que isso deve influenciar os decisores políticos”, sublinhou o FMI.

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