FC Porto bate Sporting rumo à final da Liga Europeia

"Dragões" ganharam por 5-2 e vão defrontar o Barcelona no encontro decisivo.

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LUSA/PAULO CUNHA

O FC Porto carimbou passagem à final da Liga Europeia, após eliminar em casa o Sporting, por 5-2, em jogo a contar para as meias-finais da competição. Os “dragões” terão, no domingo, uma oportunidade de se redimirem perante os seus adeptos, após terem perdido a final de 2013 frente ao Benfica. Os “leões” não conseguiram chegar ao derradeiro encontro, que podia acabar com uma seca na competição, que se estende desde a época 1976-77.

Nos minutos iniciais, as equipas mostraram-se muito fechadas, procurando explorar qualquer pequena falha que surgisse na defesa adversária. O Sporting entrou melhor na partida, com transições rápidas de Pedro Gil a desequilibrar a defensiva “azul e branca”. Na defesa, os lisboetas fizeram jus aos elogios da véspera do treinador dos "dragões", Guillem Cabestany, que considerou a defensiva dos “verde e brancos” a melhor do campeonato nacional.

Seria, portanto, nos detalhes que o jogo seria decidido. Aos 8’, um ataque estratégico dos “dragões” fez com que Hélder Nunes ficasse sem cobertura e, através de um remate de média distância, uma das especialidades do jogador, inaugurou o marcador no Dragão Caixa.

Esperava-se uma reacção do Sporting, mas, no mesmo minuto, foram os “dragões” a marcar novamente. Um remate de Gonçalo Alves, defendido para a frente por Ângelo Girão, guardião dos lisboetas, foi aproveitado por Hélder Nunes que, com um toque subtil, colocou a bola na baliza do Sporting e assinou o bis (2-0). O terceiro golo surgiu de penálti, marcado por Gonçalo Alves, após uma falta sobre Rafa no interior da área (3-0).

Os “leões”, a perderem por três golos, corriam atrás do prejuízo. Os múltiplos ataques da formação “verde e branca” encontravam uma muralha intransponível chamada Carles Grau. Caio, de longe o mais rematador, viu algumas bolas defendidas pelo guarda-redes catalão e devolvidas pelos postes. Do outro lado, André Girão fez um jogo monstruoso, defendendo três livres directos de Hélder Nunes e permitindo aos sportinguistas acreditar na reviravolta.

Essa crença tornou-se mais real quando, a três minutos do intervalo, Toni Pérez, com um toque ligeiro, enganou Carles Grau e levou as equipas separadas por dois golos para os balneários (3-1).

Na segunda parte, os “leões” foram obrigados a tomar a iniciativa de jogo. Numa partida muito faltosa, a desvantagem podia ter sido reduzida para apenas um golo aos 6’, num livre directo a castigar a 15.ª falta dos “azuis e brancos”. Caio, ex- FC Porto, não conseguiu converter a oportunidade. O sabor amargo dessa ocasião falhada acentuou-se ainda mais devido ao tento de Toni Baliu, a cinco minutos do apito final, colocando o placard em 4-1.

Com cinco minutos para se jogarem o Sporting colocava todas as fichas no ataque, mas, numa bola dividida, os “dragões” conseguiram novo livre directo. Após três bolas paradas falhadas por Hélder Nunes, Rafa foi o escolhido para tentar a sua sorte frente a André Girão. O avançado não desperdiçou e fez o 5-1. Com o jogo decido, o FC Porto passou apenas a preocupar-se com a defesa e o máximo que o rival conseguiu foi reduzir por Pedro Gil, a um minuto do fim.

Cabestany: "Trabalhámos bem os ataques"

Na conferência após a partida, Paulo Freitas lamentou a falta de eficácia da sua equipa no ataque, virando atenções para o campeonato: “Assistimos a um jogo com partes distintas. Na parte inicial, o FC Porto foi melhor que o Sporting. Penso que, depois do terceiro golo do FC Porto, o Sporting foi mais forte. O grande problema prendeu-se com a eficácia. Quatro bolas no ferro, boas intervenções do [Carles] Grau e duas bolas paradas falhadas. Parabéns ao FC Porto e da nossa parte [resta-nos] levantar a cabeça e enfrentar as nossas batalhas”.

Por sua vez, o catalão Guillem Cabestany, técnico dos “dragões”, garante que a vantagem inicial não foi tranquilizadora: “Nestes jogos não há tranquilidade, mesmo que estejas a vencer por 10-0. Esperava que fosse um jogo muito fechado quanto a ocasiões de golo, mas trabalhámos bastante bem os ataques. A verdade é que contra o Sporting é difícil ter jogos muito abertos e com muitos golos”.

No domingo, os “dragões” vão defrontar o Barcelona numa final agendada para as 12h30, no Dragão Caixa. Isto porque os "blaugrana" venceram o Reus na outra meia-final, por 4-2, e garantiram presença no derradeiro encontro da competição.

O jogo foi bastante renhido, mas três golos-relâmpago do Barcelona (aos 19’, 21’ e 22’ do primeiro tempo) desequilibraram a balança da eliminatória.

Estatisticamente falando, os “blaugrana” eram os adversários menos apetecíveis para os dragões, que já perderam seis finais desta competição contra os catalães, a mais recente em 2013-14. O Barça pode conquistar no domingo o seu 22.º troféu, enquanto que o FC Porto anseia por um terceiro.

Texto editado por Nuno Sousa

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