Ilustração
Um diário (com humor) da própria mudança de género
Mudar de género é “uma maratona sem fim” e Julia Kaye, a artista norte-americana que descreve a própria transição nestas tiras de banda desenhada, ficou “exausta” várias vezes. A “montanha russa” não parava de girar desde que a artista de Los Angeles, de 28 anos, decidiu, há dois, “tornar-se, completa e autenticamente, quem sempre esteve destinada a ser”. Mas os momentos baixos (falta de auto-estima, comentários transfóbicos, alguém que a trata por “senhor”) começaram a ser cada vez mais interrompidos por pequenas vitórias — os pais a usarem o pronome “ela”, Julia a sentir-se mais próxima da irmã, a gostar de se ver ao espelho.
A ilustradora de Los Angeles fala de tudo isto na série Up and Out, uma espécie de diário gráfico que culminou no livro Super Late Bloomer: My Early Days in Transition, lançado a 1 de Maio. Há muito humor nas histórias, mas Kaye, que está a trabalhar com a Disney num novo desenho-animado, não deixa de mostrar que foram “dias difíceis”. Agora, o pó já “assentou”. O “mundo não acabou”. Quase parece que nada mudou realmente — e talvez “não tenha mesmo mudado” (“o que é fantástico”).