Menos de um terço dos passageiros que viaja no banco de trás usa cinto de segurança

Um estudo feito pela Prevenção Rodoviária Portuguesa, em Lisboa, concluiu que o uso do cinto de segurança pelos passageiros adultos que viajam no banco de trás não chega aos 30%. Quando a viagem é de táxi, a taxa de utilização é ainda menor.

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Nos veículos ligeiros (à excepção dos táxis), as mulheres usam mais (33,2%) o cinto de segurança do que os homens (23%) fernando veludo n/factos

Em Lisboa, só 28,7% dos passageiros adultos que viajam no banco de trás de um veículo ligeiro (excluindo táxis) usam cinto. As mulheres usam-no mais (33,2%) do que os homens (23%), mas ainda assim as taxas são “muito baixas”, conclui a Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) num estudo divulgado esta quinta-feira.

O cenário é ainda pior quando se trata dos passageiros de táxis. Só 20,4% utiliza cinto de segurança. No caso deste tipo de transporte a PRP considera que “a taxa de utilização nas mulheres (17,8%) e nos homens (21%) foi semelhante”.

Ao longo de 2017, a PRP conduziu um estudo observacional no concelho de Lisboa com o objectivo de perceber a taxa de utilização do cinto de segurança pelos passageiros que viajam no banco de trás. Para isso, observou 634 adultos que viajavam em veículos ligeiros (excluindo táxis) e outros 574 que circulavam em táxis.

Ainda no âmbito deste estudo, a PRP observou a utilização dos cintos de segurança por parte dos taxistas. “No total dos 876 condutores de táxis observados, dois em cada três (66,7%) viajavam com cinto de segurança”, refere a associação. Entre os que circulavam sozinhos, 81,5% levava cinto, mas entre os que transportavam passageiros só metade o fazia (54,7%) — a lei permite que os taxistas não utilizem cinto de segurança quando transportam passageiros, recorda a PRP.

Apesar de sublinhar que “os resultados de Lisboa não são generalizáveis ao resto do país”, a PRP avisa que “são indicadores de que uma grande parte dos passageiros portugueses que viajam no banco de trás não usa cinto de segurança” e que “é prioritário promover a [sua] utilização”.  

Num comunicado da PRP, José Miguel Trigoso, presidente da associação, lembra que “a utilização do cinto de segurança é uma das medidas mais eficazes para reduzir a gravidade das lesões e o número de mortes em acidentes rodoviários entre os utentes dos veículos automóveis”. Pelo que a fiscalização da sua utilização é “indispensável”.

Um estudo semelhante realizado em 2013 para todo o território nacional mostrava que em Lisboa só 22,2% dos passageiros de veículos ligeiros (excluem-se os táxis) que viajavam no banco de trás usava o cinto. Apesar da diferença em relação aos 28,7% registados no estudo de 2017, a PRP diz que o aumento “não é significativo”. Nesse levantamento de 2013, a utilização dos cintos no banco de trás era de 69,1% em todo o território nacional.

No banco da frente, a história será outra e a sua utilização, a nível nacional, ultrapassa os 95% — segundo o estudo de 2013. "É prioritário promover a utilização do cinto de segurança nos bancos de trás para que se torne um hábito, tal como acontece com os condutores e com os passageiros que viajam no banco da frente", conclui José Miguel Trigoso.

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