Sara Baras apresenta “um espectáculo que enche o coração de energia positiva”

Integrado do Festival Flamenco 2018, a bailaora e coreógrafa Sara Baras apresenta esta quinta e sexta-feira no Casino do Estoril um espectáculo efusivo a que deu o nome de Sombras.

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Sara Baras DR

O nome, Sombras, ilude. Porque o espectáculo com que a bailaora e coreógrafa flamenca Sara Baras assinala os 20 anos da sua própria companhia de baile, fundada em 1998, é, segundo ela, “um espectáculo que nos arrebata o coração, cheio de energias positivas e de um colorido muito especial”. Apresentado no Casino Estoril, no âmbito da edição de 2018 do Festival Flamenco (que terá espectáculos em Maio, Setembro e Novembro), Sombras nasceu de um mote comemorativo mas quis ir mais além, como diz Sara Baras ao PÚBLICO: “Não quis repetir coreografias ou personagens, quis fazer um espectáculo novo baseado numa coreografia que me acompanha há vinte anos, ‘la farruca’ [um palo flamenco]. É uma ‘farruca’ grande por onde vamos viajando com muita liberdade, percorrendo vários palos do flamenco, com momentos mais tradicionais e mais contemporâneos.” A estreia foi em Pamplona, em 28 de Setembro de 2017, e a reacção do público foi entusiástica, diz a coreógrafa. Depois de Portugal, rumará à América Latina e terá uma temporada em Paris.

Nascida em San Fernando, Cádiz, em 25 de Abril de 1971, Sara iniciou os estudos de baile na escola da mãe, Concha Baras: “Foi importantíssimo. Não esquecerei nunca a influência e o amor com que ela, professora da sua terra, me guiou no mundo da arte. Foi muitíssimo marcante para mim, não só na forma de bailar como no espírito de entrega e no respeito com que me ensinou desde menina, a encarar o teatro, o mundo e a vida em geral. É algo que nunca se esquece e a que vamos dando mais valor à medida que o tempo passa.”

Sacrifício e satisfação

Multipremiada, teve na sua carreira muitos momentos que considera marcantes, em vários países. Mas há um a que dá especial relevo: “Foi quando o meu nome surgiu associado na ajuda a pessoas que necessitam, sobretudo desde que fui mãe. Porque sou madrinha de uma associação de uma doença que se chama síndrome de Rett e estou muito ligada a essas crianças, que sofrem tanto e que têm um pouco de alívio quando estamos com elas.” O nível de reconhecimento a que chegou, agradece-o aos pais, aos muitos mestres que teve, à companhia de baile: “Não sou eu sozinha, são muitas pessoas, e são elas que fazem a força da companhia. São vinte anos cheios de trabalho, de sacrifício, mas também de satisfação, lutando dia a dia para fazer um trabalho sério e honesto. E não tenho palavras para agradecer ao público, porque sem ele uma companhia privada dificilmente subsistiria.”

O flamenco, diz Sara, vive hoje “um bom momento”: “Há companheiros maravilhosos e há um público que reconhece o flamenco como uma das grandes artes. Claro que gostaríamos que houvesse mais escolas, mais ajuda para que mais gente pudesse aprender e trabalhar. Mas o flamenco, graças ao seu reconhecimento, está muito bem cotado no mundo.”

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