Sector agro-alimentar exportou 6,6 mil milhões de euros em 2017

“Ainda temos um défice no agro-alimentar na ordem dos três mil milhões de euros, mas temos vindo a reduzir esse défice ao longo das últimas décadas", sublinhou Luís Medeiros Vieira, secretário de Estado da Agricultura e da Alimentação

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Luís Medeiros Vieira, secretário de Estado da Agricultura e da Alimentação dro Daniel Rocha

O secretário de Estado da Agricultura e da Alimentação, Luís Medeiros Vieira, afirmou hoje que o agro-alimentar está com uma grande dinâmica, facto que se reflecte nas exportações, com o sector a exportar 6,6 mil milhões de euros em 2017.

"Havia muitos especialistas que há pouco tempo diziam que os sectores tradicionais da economia portuguesa não tinham futuro. Falava-se do têxtil, do calçado e do agro-alimentar. E o que aconteceu, felizmente, é que não tinham razão. Estes sectores mostraram uma grande dinâmica de exportação. Todos estes sectores souberam inovar, isto é, a inovação foi a palavra-chave de todos estes sectores para conseguirem dar o salto qualitativo que hoje apresentam", afirmou Luís Medeiros Vieira.

O governante, que falava em Castelo Branco na sessão de abertura do "Agro Day", explicou que toda a dinâmica destes sectores tradicionais reflecte-se em números, em termos das exportações, sendo que o sector do calçado exportou, em 2017, cerca de 2,2 mil milhões de euros, o têxtil 5,8 mil milhões e o agro-alimentar 6,6 mil milhões.

"O sector agro-alimentar é um sector que mostra uma grande dinâmica e que se tem afirmado nos últimos anos, com taxas de crescimento de exportações à volta de 8% no ano anterior [2017]. Foi o aumento que teve e nestes primeiros três meses [2018] já vamos com um aumento da mesma ordem de grandeza", frisou.

O secretário de Estado sublinhou ainda que o Governo está empenhado em que o sector continue a crescer acima da média do resto da economia.

"Queremos também equilibrar a balança comercial em valor, em duas legislaturas. Ainda temos um défice no agro-alimentar na ordem dos três mil milhões de euros, mas temos vindo a reduzir esse défice ao longo das últimas décadas", sublinhou.

A título de exemplo, disse que o sector do azeite que era deficitário há 10 anos, neste momento, é um sector em que, no ano passado, o país teve um excedente de cerca de 150 milhões de euros em termos do saldo entre importações e exportações.

"No sector das frutas, em 10 anos, reduzimos o défice em cerca de 400 milhões de euros, cerca de 40 milhões por ano. Isto mostra claramente que estamos a ganhar o trabalho da substituição de importações. Para atingir estes objectivos, é necessário fazer apostas. E acho que a primeira aposta chama-se conhecimento. O conhecimento é a base geradora de inovação e competitividade", sustentou.

O governante realçou ainda que é necessário investimento, porque só através dele surgem cada vez mais projectos novos que trazem mais valor acrescentado aos vários sectores.

"É isso que também que estamos a fazer. Temos o Programa de Desenvolvimento Regional (PDR) 2014-2020. Até ao momento, já aprovámos projectos direccionados para o investimento na ordem dos 2,6 mil milhões de euros. São projectos decididos e contratados com os agricultores e com as empresas agro-industriais", afirmou.

Adiantou ainda que o Governo está empenhado na abertura de mais mercados fora na União Europeia (UE), sendo que já foram abertos 45 para um universo de mais de 150 produtos.

Luís Medeiros Vieira deu ainda os parabéns ao InovCluster que está instalado em Castelo Branco, por ter sabido captar investimento para um conjunto de projectos e iniciativas que vão desde o empreendedorismo, à investigação, à inovação e até à internacionalização de empresas do setor agro-alimentar.

"Até agora, conseguiram captar cerca de 10 milhões de euros de investimento para estas iniciativas, no qual tiveram a comparticipação, a fundo perdido, na ordem dos 7,5 milhões. Trata-se, por um lado, de um excelente trabalho deste 'cluster', porque teve que apresentar candidaturas importantes que mereceram o apoio e, ao mesmo tempo também, concorrer com candidaturas e projectos de outras regiões. Estão de parabéns pelo empenho que o InovCluster teve no sentido de captar investimento para estes grandes objectivos", concluiu.

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