Cristas demarca-se de proposta de autarca do PSD de requisição de casas

CDS foi apanhado de surpresa por proposta do presidente da Câmara de Cascais. Carreiras respondeu ao parceiro de coligação no Facebook.

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Presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras Mario Lopes Pereira
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Líder do CDS, Assunção Cristas Adriano Miranda

Ficou instalado o mal-estar na coligação PSD/CDS em Cascais depois de o presidente da câmara Carlos Carreiras ter anunciado que tinha intenção de avançar com um projecto piloto de requisição civil de casas para arrendamento, uma medida que ainda está em apreciação no Parlamento, mas que tem a oposição do CDS. Foi a própria Assunção Cristas que deu indicações para o CDS se demarcar da ideia de Carreiras. 

A questão deverá ter sido levantada, na segunda-feira à noite, numa reunião da Assembleia Municipal de Cascais, que é liderada pelo centrista Pedro Mota Soares. Carlos Carreiras mostrou-se disponível para arrancar com um projecto piloto de requisição de casas vazias para arrendar, o que apanhou de surpresa o PSD e o CDS, segundo a edição jornal SOL do passado sábado. Os centristas assumem ser contra a medida – Assunção Cristas até tem dúvidas sobre a constitucionalidade – e disseram-no bem alto através do vereador Frederico Pinho de Almeida.

O centrista disse ao jornal SOL que votaria contra a proposta se ela viesse a avançar.  No mesmo dia do choque público entre os parceiros de coligação, Carlos Carreiras sugeriu no Facebook que lessem as suas declarações “de forma a que não se criem posições ‘irrevogáveis’ de cariz local”. Uma farpa às declarações do vereador e líder da concelhia de Cascais que, no entanto, não quis comentar. Frederico Pinho de Almeida disse que o CDS "está disponível" para outras soluções em torno dos problemas de habitação mas reiterou ao PÚBLICO ser contra a requisição civil. 

Depois de troca de palavras públicas, fontes contactadas pelo PÚBLICO querem serenar os ânimos. O certo é que Carlos Carreiras ficou com mais margem no executivo camarário depois de ter atribuído, no início de Abril, pelouros à vereadora independente eleita pelo PS Isabel Guerra. A atribuição dos pelouros da Igualdade do Género, Inovação Social e Protecção de Menores à autarca (que já foi do CDS) foi concertada com o parceiro de coligação e não é a primeira vez que acontece. Já no executivo camarário anterior essa prática aconteceu. 

A medida da requisição de casas para arrendamento é a mais polémica da Lei de bases preparada pela deputada socialista Helena Roseta, que está em discussão pública e na qual Carlos Carreiras quer participar. O projecto de lei do PS baixou à comissão sem votação tal como as restantes iniciativas dos vários partidos. 

Depois de as propostas dos partidos sobre arrendamento terem sido discutidas no Parlamento – e de terem baixado sem votação -, o tema vai voltar ao hemiciclo esta quinta-feira pela mão do CDS. É um agendamento com seis iniciativas que não se vão juntar as propostas de alteração do PSD sobre arrendamento urbano, apresentadas na semana passada. Essas propostas também não acolhem a medida prevista pelo texto do PS. 

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