PSD não exclui comissão de inquérito a caso Pinho

Sociais-democratas vão avaliar rumo da audição pedida no Parlamento.

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Negrão quer isolar caso Pinho Miguel Manso

Depois de ter sido Rui Rio a trazer o caso do ex-ministro Manuel Pinho para a agenda política – e de ter sido confrontado com uma comissão de inquérito, proposta pelo BE, sobre as rendas da energia – o PSD quer separar os dois campos. Os sociais-democratas dão o sim à proposta de inquérito do BE, mas não é aí que vão puxar pelos alegados pagamentos ao antigo governante feitos pelo Grupo Espírito Santo. O caso seguirá o seu caminho em pista autónoma e não está excluída uma futura comissão de inquérito.

A decisão não está tomada pela direcção do PSD, já que esse passo vai depender do rumo da audição pedida e aprovada esta semana para levar Manuel Pinho à comissão parlamentar de Economia, segundo fonte social-democrata. Mas foi o próprio líder da bancada parlamentar a deixar a porta aberta a uma eventual comissão de inquérito que pode atingir também o ex-primeiro-ministro José Sócrates.

Na carta que enviou ao BE, a propósito do inquérito às rendas na energia, Fernando Negrão escusou-se a encobrir uma investigação a uma “teia de pagamentos privados a decisores públicos em funções” e assegurou que a bancada vai “procurar o esclarecimento autónomo” do caso Pinho.

O PSD não vai, por isso, apostar muito na comissão de inquérito do BE até por causa da sua abrangência temporal. Na proposta final entregue esta sexta-feira, o objecto do inquérito incide sobre os governos liderados por Durão Barroso, Pedro Santana Lopes, José Sócrates, Pedro Passos Coelho e António Costa.

A investigação parlamentar pretende apurar se existiram “actos de corrupção ou enriquecimento sem causa de responsáveis administrativos ou titulares de cargos políticos com influência ou poder na definição das rendas no sector energético".

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