Dezenas de peixes mortos em albufeira que abastece Castelo Branco

Quercus alerta que esta é uma questão de saúde pública e que vai apresentar queixa no Ministério Público por crime ambiental.

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O problema na água afecta o abastecimento público dos concelhos de Vila Velha de Ródão, Fundão e Idanha-a-Nova LUSA/PAULO CUNHA

Dezenas de peixes apareceram mortos nos últimos dias na albufeira de Santa Águeda, em Castelo Branco, e a água apresenta uma coloração verde e um "cheiro forte", alertou nesta quarta-feira à agência Lusa um dirigente da Quercus.

"A situação é de dezenas de peixes mortos e a água tem um cheiro nauseabundo e coloração verde, putrefacta. Além dos peixes, havia também pequenos animais e insectos [mortos]. Não era só peixes. Há ali claramente um problema na água, havia uma série de animais mortos junto à margem e tudo concentrado próximo de um cerejal", explicou Samuel Infante, da Quercus.

O ambientalista sublinha que a situação na albufeira de Santa Águeda é "grave" e pode por em causa a saúde pública, além da questão ambiental. "Vamos apresentar uma queixa no Ministério Público por crime ambiental. É uma situação grave o que está ali a acontecer. São milhares de cidadãos que estão em causa. Estamos a falar [abastecimento público] de parte do concelho do Fundão, Castelo Branco, Vila Velha de Ródão e Idanha-a-Nova", alertou.

Samuel Infante tece ainda duras críticas à actuação das autoridades, sobretudo à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), cuja responsável tentou contactar na terça-feira, sem sucesso. "Ligamos ontem [terça-feira] à APA e ninguém atendeu. A situação é esta. É uma vergonha o que está ali a passar-se. Há um desinteresse total por parte da APA, o que nos parece grave e negligente. O SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza da GNR) não tem meios. Estava no local, mas não tem meios para fazer a recolha e as análises", sustentou.

À Lusa, fonte do Comando Territorial de Castelo Branco da GNR explicou que esta é uma situação recorrente todos os anos por esta altura. "Têm sido elaborados diversos relatórios, não há autos de contra-ordenação, não há infracções. Não se tem verificado", disse. A mesma fonte disse que a APA vai fazer esta quarta-feira a recolha dos peixes mortos, sem especificar a hora a que vai acontecer, sendo que o SEPNA irá dar apoio nessa operação. "O SEPNA colabora com as autoridades. Não é da sua competência fazer análises ou recolhas", frisou. A Lusa tentou contactar a responsável da APA em Castelo Branco, mas as tentativas foram infrutíferas.

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