PS sobe o tom e já se diz “envergonhado” com casos Sócrates e Pinho

Carlos César, presidente do partido, afirmou na TSF que, por mais “lamentáveis” que sejam estes casos, o congresso do PS não é lugar para falar deles.

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César diz que o PS fica até "enraivecido" com estes casos Daniel Rocha

Carlos César afirmou nesta quarta-feira na TSF que o PS se sente “envergonhado” com suspeitas como as que recaem sobre o antigo ministro Manuel Pinho e até “enraivecido” com situações como essa. E a vergonha é “ainda maior” quanto ao processo de José Sócrates, por se tratar de um ex-primeiro-ministro, reconheceu.

"A confirmar-se, é uma situação incompreensível e lamentável", disse o presidente do PS e líder da bancada parlamentar no programa Almoços Grátis da TSF, falando a propósito do caso Pinho.

Defendendo que o PS tem tradição e responsabilidade no combate à corrupção, Carlos César defendeu que este caso "tem de ser esclarecido e punido", tal como aconteceu com “outros casos de vários ministros e responsáveis que na banca ou na política que tiveram comportamentos desviantes, irregulares ou até de alçada criminal."

César confirmou a abertura do PS para aprovar a comissão de inquérito pedida pelo BE, por considerar que é a forma adequada para analisar as responsabilidades políticas dos suspeitos. “É através de uma comissão de inquérito, a nosso ver, que melhor se poderá resolver este assunto", defendeu, acrescentando: "Quando os políticos se encontram perante a necessidade de escrutinar alguém sob alçada da justiça não podem nem devem prescindir de o fazer."

Já o Congresso do PS não é lugar para isso: "O Congresso do PS é para discutir o futuro (...) Não vamos para lá discutir o caso de A de B ou de C. Não é isso que é relevante na reunião magna de um partido", disse. Mas garantiu que estes casos são analisados nas reuniões internas do partido: "Ficamos até enraivecidos com isto", em especial com "pessoas que se aproveitam dos partidos políticos".

O outro político participante deste programa, o social-democrata Luís Montenegro, disse estranhar “este entusiasmo repentino” pela comissão de inquérito proposta pelo BE. “Seguindo o mesmo critério não sei porque é que o Partido Socialista não se sente envergonhado com tudo aquilo que norteia o comportamento de um ex-primeiro ministro, no caso José Sócrates, e porque é que não propôs também uma Comissão de Inquérito", ironizou.

Foi nessa altura que Carlos César afirmou que, a confirmarem-se as suspeitas que recaem sobre Sócrates, a vergonha "até é maior" porque se trata de um ex-primeiro-ministro.

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