Liverpool regressa à final da Champions 11 anos depois

A equipa inglesa perdeu em Roma mas será a adversária do Real Madrid, em Kiev, graças ao triunfo por 5-2 registado no encontro da primeira mão com os italianos.

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A festa foi do Liverpool, em Roma Reuters/TONY GENTILE

Ainda se chamava Taça dos Clubes Campeões Europeus quando, em 1981, Liverpool e Real Madrid se defrontaram pela única vez na final. Trinta e sete anos depois, vão voltar a defrontar-se no jogo decisivo da Liga dos Campeões, em Kiev, a 26 de Maio. Depois de os “merengues” terem conseguido o seu lugar à custa do Bayern Munique, nesta quarta-feira foi a vez dos “reds”, que eliminaram a Roma, apesar da derrota (4-2) na capital italiana, depois de, há uma semana, terem ganho por 5-2, em Anfield. Será a oitava final, a primeira desde 2007, para o Liverpool, que já conquistou o título europeu por cinco vezes, uma delas na tal final com o Real Madrid.

O Liverpool trazia uma vantagem bastante confortável da primeira mão e, sobretudo, uma demonstração inequívoca de superioridade que ficou um pouco diluída pelos dois golos tardios da formação romana, em Anfield. E foram a esses dois golos que os italianos se agarraram para manter a esperança viva. A isso e ao milagre que tinham conseguido nos “quartos”, em que deram a volta a uma derrota na primeira mão (4-1) com o Barcelona com um triunfo por 3-0 no Estádio Olímpico. Os romanos “só” precisavam de marcar três. E até marcaram mais do que era preciso. Mas o Liverpool resistiu o suficiente para não sofrer o mesmo destino dos catalães.

Os três golos que a Roma precisava passaram a quatro logo aos 9’. Nainggolan fez um passe disparatado no meio-campo, a bola foi ter aos pés de Roberto Firmino, que disparou de imediato para a área contrária, com a companhia de Salah e Mané, ao melhor estilo da equipa de Klopp. Na hora de escolher, o brasileiro deixou no senegalês, que fez o primeiro dos “reds” no jogo.

O Olímpico de Roma esfriou, mas logo se animou pouco depois. Numa jogada confusa na área britânica, aos 15’, Lovren tentou um alívio, mas a bola foi na direcção da cabeça de James Milner e, de seguida, para a baliza do Liverpool.

O empate dava alguma (não muita) esperança à Roma, mas o balão voltou a esvaziar-se aos 25’. Após um canto, houve um duplo mau alívio da defesa italiana que deixou Wijnaldum à vontade para fazer, de cabeça, o 1-2. Parecia um buraco já muito fundo do qual a equipa de Eusebio Di Francesco não iria sair. A missão principal seria deixar os seus adeptos de alma cheia e tentar a vitória moral com um triunfo em campo. Até ao final da primeira parte, nada conseguiram para colocar em causa o apuramento do visitante inglês, mas a segunda parte foi bem diferente.

Não que tenha sido uma recuperação quase épica. Tivesse acontecido mais cedo e talvez estivéssemos a falar de outro desfecho. Aos 49’, os romanos queixaram-se de um penálti (que existiu) de Karius sobre Dzeko, e, três minutos depois, foi o ponta-de-lança bósnio a fazer o golo do empate, beneficiando de uma defesa incompleta do guarda-redes alemão do Liverpool. Depois desta bola entrar na baliza dos britânicos, alguém ainda a foi buscar rapidamente para se tentar marcar três golos em cerca de 40 minutos, mas foi quase o tempo que passou até a Roma marcar outra vez.

O Liverpool foi eficiente q.b. a aguentar os ataques cada vez mais em desespero dos italianos, que só voltaram a marcar aos 86’, num remate de fora da área de Naiggolan — o belga, que tinha cometido o erro que dera origem ao primeiro golo dos “reds”, nem festejou, como que frustrado por só ter marcado com tão pouco tempo para jogar. Nainggolan ainda voltou a marcar, já no limite do tempo de compensação, na conversão de um penálti a castigar uma mão na bola do estónio Ragnar Klavan (bem menos evidente que outra que ficou por marcar, aos 62’, por mão de Arnold).

Ficou curto para a Roma continuar a lutar pela segunda final da Champions da sua história (a primeira tinha sido em 1984, naquele mesmo estádio e frente ao mesmo adversário, que só lhe ganharia nos penáltis). Mas foi o suficiente para o Liverpool continuar a pensar no seu sexto título. Terá pela frente alguém que pensa no 13.º.

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