Pelo menos um morto em desabamento de prédio em São Paulo

Segundo o jornal Folha de São Paulo, há uma morte confirmada e três desaparecidos, uma mulher e as suas duas filhas gémeas, que estão a ser procuradas entre os escombros. Edifício era uma antiga sede da Polícia Federal que estava habitado ilegalmente por dezenas de famílias, muitas das quais imigrantes.

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O prédio em chamas na madrugada desta terça-feira DR
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Pelo menos uma pessoa morreu e três estão desaparecidas na sequência do desabamento de um prédio durante um incêndio de grandes proporções que deflagrou na madrugada desta terça-feira no centro de São Paulo, no Brasil. Depois de extinto o fogo, a polícia procura agora uma mulher e as duas filhas gémeas entre os escombros, com a ajuda de cães pisteiros.

O fogo teve início por volta da 1h20 da madrugada num edifício de 26 andares que era uma antiga sede da Polícia Federal, e espalhou-se rapidamente, atingindo um edifício vizinho no largo de Paissandu, na zona da República. Esse segundo prédio foi evacuado e, de acordo com os bombeiros, não há risco de desabar. Cerca de 160 homens trabalharam intensamente no combate às chamas. Pelo menos três quarteirões foram isolados naquela zona e a segurança das estruturas dos edifícios vizinhos estava a ser verificada após o incêndio ter sido extinto.

“Há a possibilidade de outras vítimas”, afirmou Max Mena, comandante do corpo de bombeiros local, em declarações à comunicação social. Segundo o jornal Folha de São Paulo, a única vítima moral confirmada até ao início da tarde é um homem que estava a ser resgatado pelos bombeiros quando a estrutura colapsou.

O incêndio começou durante a madrugada num dos apartamentos do edifício que colapsou, onde viviam dezenas de famílias em situação ilegal. Segundo relatos dos moradores à Folha, não houve tempo de retirar nada, nem mesmo animais domésticos. "Escutei gritos, achei que tinha gente brigando", contou uma doméstica de 31 anos e sete filhos que morava no local há um mês: "Quando falaram que tinha fogo, acordei as crianças e saí correndo". "O prédio desceu, parecia um tsunami. Não deu para tirar nada", conta outra moradora. Um terceiro habitante, reformado, cortou-se numa mão com estilhaços de vidro da janela e lamentou aos jornalistas a perda da sua gata de estimação.

A prefeitura estima que cerca de 150 famílias (400 pessoas) habitavam o prédio de forma ilegal, das quais cerca de 25% eram estrangeiros, diz a Folha de São Paulo. A troco de uma renda na ordem dos 160 ou 200 reais pagos a uma "coordenadora" que desapareceu após o incêndio, os moradores tinham direito a um quarto e uso partilhado das casas de banho, já que o edifício nunca foi de habitação - foi construído em meados da década de 1960 para sede da Companhia Vidros do Brasil. Segundo uma pessoa ouvida pela Folha no local, haveria "desentendimentos" entre moradores do prédio e os líderes da ocupação.

Era "uma tragédia anunciada", afirmou o governador do estado de São Paulo, Márcio França logo de manhã, quando garantiu que as famílias desalojadas seriam registadas e levadas para um abrigo, e que se poderão candidatar a um subsídio social de renda para poderem procurar uma casa para viver. "Não tinha a mínima condição de morar lá dentro. As pessoas habitam ali desesperadas. Volto a dizer que era uma tragédia anunciada", insistiu o governador. Segundo Márcio França, existem cerca de 150 edifícios ocupados ilegalmente no centro de São Paulo, na sua maioria de particulares.

Os moradores do prédio que desabou contaram aos jornalistas que o edifício tinha precárias condições de manutenção e estruturas de madeira, que podem ter agravado o fogo. A origem ainda não foi encontrada, mas suspeita-se que terá sido a explosão de uma botija de gás. Bruno Covas, o prefeito (autarca) de São Paulo, adiantou que 191 pessoas foram atendidas nos abrigos da cidade.

O prédio era uma ocupação irregular, e moradores afirmam que o fogo começou por volta da 1h30 no 5º andar e se espalhou rapidamente pela estrutura.

Segundo o dite G1-Globo, o Presidente Michel Temer foi hospitalizado depois de visitar o local, tendo sido vaiado pelos que estavam no local.

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