Montepio adia duas semanas divulgação das contas de 2017

“Não foi possível concluir os trabalhos de elaboração dos documentos de prestação de contas relativas ao exercício de 2017” até hoje, 30 de Abril, prazo limite para as cotadas apresentarem os dados relativos ao ano anterior, avançou a gestão da CEMG

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Carlos Tavares, ex-presidente da CMVM, lidera actualmente a Caixa Económica Montepio Geral Fabio Augusto

A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), liderada por Carlos Tavares desde Março (altura em que substituiu Félix Morgado nas funções de presidente do banco), anunciou hoje o adiamento para meados de Maio da apresentação das suas contas relativas ao exercício de 2017.

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A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), liderada por Carlos Tavares desde Março (altura em que substituiu Félix Morgado nas funções de presidente do banco), anunciou hoje o adiamento para meados de Maio da apresentação das suas contas relativas ao exercício de 2017.

Em comunicado ao mercado, a administração da CEMG informou que “no contexto da entrada em funções do novo conselho de administração no passado dia 21 de Março de 2018 e no quadro de um novo modelo societário, não foi possível concluir os trabalhos de elaboração dos documentos de prestação de contas relativas ao exercício de 2017 – incluindo os pareceres obrigatórios e a certificação legal de contas – dentro do prazo previsto” pelo Código dos Valores Mobiliários.

As sociedades emitentes de títulos negociados no mercado de capitais têm de divulgar os relatórios e contas anuais, certificadas e com relatório do auditor, “no prazo de quatro meses a contar da data de encerramento do exercício, e mantêm à disposição do público durante, pelo menos, 10 anos”, manda o Código de Valores Mobiliários - ou seja até o último dia de Abril, que é hoje.

A informação já foi prestada à Comissão do mercado de Valores Mobiliários (CMVM), adianta a nota ao mercado.  E a CEMG compromete-se ainda, no comunicado hoje emitido, a “no prazo máximo de duas semanas a partir desta data” – 30 de Abril – proceder à divulgação dos referidos documentos – “relatório de gestão, contas anuais, certificação legal de contas, relatório elaborado por auditor e demais documentos de prestação de contas exigidos por lei ou regulamento”.

O PÚBLICO avançou, a 26 de Abril, que Carlos Tavares se preparava para rever, em baixa, os lucros da CEMG de 30,1 milhões de euros em 2017 que Félix Morgado apresentou, a 8 de Fevereiro último, durante a conferência de imprensa sobre as contas não auditadas do banco. A estimativa era de a revisão, por reforço das imparidades, baixar os resultados para perto dos cinco milhões de euros.

Contactada na altura, a administração então já liderada por Carlos Tavares reconheceu, via fonte oficial do banco, que “o actual conselho de administração, responsável pelo fecho das contas, após a devida audição dos auditores e da comissão de auditoria, está a rever as contas de acordo com os seus próprios critérios de prudência”. Não se comprometeu, contudo, com nenhum valor.