O “Portugal Imaginário” para turistas do Estado Novo

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Numa altura em que "gentrificação" já não é o palavrão que outrora foi, a Casa do Design Matosinhos convida-nos a conhecer um Portugal Imaginário, aquele sunny Portugal que o Estado Novo vendia, aquele que consta em cartazes, brochuras, revistas, livros e objectos de arte popular, do início do século XX até ao início da década de 70. "A promoção turística foi durante este período um dos mais eficazes instrumentos de propaganda nacional e política, na criação de um Portugal Imaginário, sob a direcção de António Ferro, para o qual contribuíram notáveis designers e ilustradores modernistas (Fred Kradolfer, Paolo Ferreira, Bernardo Marques, Tom, entre outros), na sua maioria esquecidos pela História da Arte e do Design devido às suas ligações ao regime", escrevem José Bártolo e Sara Pinheiro, os curadores da exposição. Assim se vê a "criação de uma imagem de um país moderno e civilizado, assente na apropriação e recriação da ruralidade e do folclore", tanto "tradicional" e "rural" como "moderno e de bom gosto", afirmando-se "grande na dimensão de um império colonial". Da estância balnear do Estoril a Fátima, passando pelas termas da Curia. Organizada pela Câmara Municipal de Matosinhos e pela ESAD IdeaPortugal Imaginário - Turismo, Propaganda e Poder (1910 - 1970) pode ser visitada na Casa do Design de Matosinhos até 1 de Setembro.