UE proíbe uso ao ar livre de insecticidas danosos para abelhas

Restrição tem como objectivo a protecção das abelhas, da biodiversidade, da produção alimentar e do ambiente.

Foto
Proposta apresentada ao comité tem como objectivo a protecção da biodiversidade Pedro Cunha/arquivo

Os Estados-membros da União Europeia aprovaram, nesta sexta-feira, uma proposta que proíbe o uso ao ar livre de insecticidas danosos para as abelhas, anunciou a Comissão Europeia.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os Estados-membros da União Europeia aprovaram, nesta sexta-feira, uma proposta que proíbe o uso ao ar livre de insecticidas danosos para as abelhas, anunciou a Comissão Europeia.

O Comité Permanente da Cadeia Alimentar e da Saúde Animal, onde estão representados todos os Estados-membros, deu luz verde à proposta de restrição do uso de três substâncias prejudiciais para as abelhas conhecidas como neonicotinóides: imidacloprid, clotianidina e tiametoxam.

Os neonicotinóides são quimicamente semelhantes à nicotina e são usados para proteger as plantas dos insectos. Estas substâncias afectam o sistema nervoso central dos insectos, podendo causar paralisia e até a morte – a resolução europeia advém de um estudo científico que prova que os neonicotinóides representam uma ameaça para as abelhas. A sua utilização será agora proibida a não ser em estufas onde não haja exposição de abelhas aos produtos.

As abelhas são animais importantes para a sustentabilidade do planeta, sobretudo por serem espécies polinizadoras, tanto para as colheitas como para as árvores de fruto, por exemplo. Mas não só. Estima-se que as abelhas – insectos com seis patas, quatro asas e cinco olhos –polinizam um terço de tudo o que comemos, mas também assumem um papel vital na preservação dos ecossistemas do planeta. Os dados da Associação Britânica de Apicultores dizem que além das seis mil toneladas de mel que produzem anualmente, as abelhas contribuem ainda com 400 milhões de libras (cerca de 456 milhões de euros) para a economia.

A mesma associação elenca o uso de pesticidas como uma das principais ameaças para as abelhas, a par da perda de habitats, das pestes, das alterações climáticas e da competição com outras espécies.

A proposta será formalmente aprovada por Bruxelas nas próximas semanas e entrará em vigor no final do ano. A Comissão Europeia refere no site em que foi apresentada a proposta que a protecção das abelhas é importante já que diz respeito à “biodiversidade, produção alimentar e ambiente”. É ainda mencionado que este assunto é “uma prioridade” para o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

Estas restrições vêm juntar-se a várias outras que tinham sido já anunciadas em 2013, altura em que a comissão pedia a restrição do uso de fipronil, precisamente por representar perigo para alguns tipos de abelhas.