Localização da maternidade de Coimbra será a que melhor salvaguarde segurança das grávidas, diz ministro

Adalberto Campos Fernandes responde às críticas do presidente da Câmara Municipal de Coimbra sobre a localização da futura maternidade.

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Ministro da Saúde esteve na inauguração do novo centro de saúde da freguesia de Barcarena, concelho de Oeiras MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O ministro da Saúde afirmou nesta quarta-feira que a localização da futura maternidade de Coimbra terá de ser a que apresentar "melhor evidência técnica, científica e económica e que melhor salvaguarde a segurança das grávidas e das crianças".

"Naturalmente que a decisão final será aquela que corresponder aos critérios da melhor defesa do interesse técnico, segurança das grávidas e das crianças e naturalmente os aspectos económicos", afirmou o governante, ressalvando que uma maternidade "carece de cuidados diferenciados e uma proximidade de equipamentos de elevada diferenciação".

Adalberto Campos Fernandes, que falava esta tarde aos jornalistas no concelho de Oeiras, à margem da inauguração do novo centro de saúde da freguesia de Barcarena, respondia desta forma às críticas do presidente da Câmara Municipal de Coimbra sobre a localização da futura maternidade.

Na sexta-feira, o presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Fernando Regateiro, anunciou em conferência de imprensa que a nova maternidade de Coimbra, que resultará da fusão das duas maternidades existentes na cidade (Daniel de Matos e Bissaya Barreto), ficará situada no polo dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC). Trata-se de um investimento de 16 milhões de euros.

Contudo, na segunda-feira o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado (PS), manifestou-se contra esta decisão, defendendo, ao invés, o Hospital dos Covões.

O autarca alertou que a instalação da nova maternidade nos HUC agravará a circulação e estacionamento automóvel em toda a área deste hospital, onde se situam outros estabelecimentos como o Instituto Português de Oncologia, o Hospital Pediátrico e o polo III da Universidade de Coimbra, integrada designadamente pelas faculdades de Medicina e de Farmácia. As críticas à localização da maternidade nos HUC foram extensíveis às restantes forças políticas da cidade.

"Ainda existem centros de saúde em prédios"

Nesta quarta-feira em Barcarena, o ministro da Saúde afirmou ainda que o alargamento e modernização da rede de cuidados primários é uma das grandes prioridades do Governo, de forma a diminuir o número de doentes que recorrem aos hospitais. "Há bocado dizia-me o senhor presidente [de Oeiras, Isaltino Morais] que ainda existem centros de saúde em prédios de habitação. Temos em Lisboa alguns que não têm elevador. É uma batalha que temos pela modernização da rede de cuidados de saúde primários e que neste domínio representa um investimento que nunca tinha sido feito em Portugal."

Num momento em que existem em todo o país 110 centros de saúde em construção, lembrou, Adalberto Campos Fernandes referiu que o objectivo é que "os portugueses passem a ter cuidados de saúde perto de casa", sem terem de se deslocar ao hospital. Apesar dos investimentos, ressalvou que o país continua com dificuldades e que cada investimento tem de ser "bem medido". "Não podemos vender ilusões. Os governantes têm de fazer as coisas com responsabilidade."

O novo centro de saúde de Barcarena representou um investimento de 1,9 milhões de euros.

 

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