Salah, o mais notório ponto de contacto entre Liverpool e Roma

As equipas responsáveis pelas maiores surpresas dos quartos-de-final medem hoje forças em Inglaterra. E ambas prometem ambição.

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Reuters/CARL RECINE

O futuro da Roma parece promissor. O imediato e o de médio prazo. No dia em que a equipa se debruçou sobre o Liverpool e sobre a primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões, que decorrerá hoje em Anfield (19h45), a direcção do clube assinou um contrato de patrocínio milionário com a Qatar Airways, até 2021. Se juntarmos a este quadro a construção de um novo estádio, que arrancará ainda neste ano, percebemos que se vivem dias de entusiasmo na capital italiana. Um entusiasmo que poderá subir de tom em função do que suceder nesta eliminatória.

Será o quinto jogo da história entre Liverpool e Roma, tendo o mais impactante acontecido em 1984, na final da então Taça dos Campeões Europeus, que os ingleses conquistaram no desempate por penáltis. O contexto agora é diferente, mas o percurso das duas equipas na prova tem pontos de contacto. Até porque ambas eliminaram, na ronda anterior, dois fortíssimos candidatos a um lugar na final.

“Fiquei surpreendido [com a reviravolta da Roma frente ao Barcelona], mas adorei o que fizeram. Eusebio Di Francesco e eu começámos em clubes mais pequenos, essa é uma semelhança entre nós. E as equipas dele são organizadas”, apontou Jürgen Klopp, treinador de um Liverpool que venceu em duplicado o Manchester City nos quartos-de-final.

Para isso — e para a grande temporada que os “reds” estão a realizar — muito contribuiu Mohamed Salah, o homem do momento em Anfield Road. O avançado egípcio já soma 31 golos na Premier League nesta época e tem ajudado a disfarçar o vazio provocado pela venda de Philippe Coutinho ao Barcelona, em Janeiro. Para além disso, a sua passagem pela Roma, entre 2015 e 2017, faz dele “o” elo de ligação entre as duas forças em oposição nesta noite.

Eusebio di Francesco, treinador da Roma, rejeita dedicar uma atenção especial ao goleador e põe a tónica no trabalho colectivo. “Não podemos concentrar-nos num só jogador. O Liverpool não é só Salah, os três homens da frente [some-se Firmino e Mané] combinam muito bem”, acrescentou, confirmando a ideia deixada minutos antes pelo defesa grego Manolas: “Não vamos marcá-lo individualmente, porque travámos o Barcelona e Messi com organização colectiva”.

Para Klopp, é importante que Salah mantenha o nível exibicional e ajude os britânicos a chegarem com perigo à baliza de Allisson, guarda-redes que nos últimos 10 jogos pela Roma manteve por seis vezes a baliza intacta. “O Mo vai perceber depressa no jogo que eles [os jogadores da Roma] já não são os seus companheiros de equipa. Depois, pode responder da forma como habitualmente responde”.

Seja qual for o plano de jogo do Liverpool, Di Francesco, que está a fazer uma grande época de estreia ao leme da Roma, promete audácia. “Não vamos defender muito atrás. Eles terão de trabalhar bem para nos obrigarem a fazer isso. O essencial para nós é mantermo-nos compactos”, aponta o técnico de 48 anos, que já assumiu, em entrevista, que a primeira coisa que pede aos jogadores é que se divirtam em campo.

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