Há uma mulher na praça do Parlamento londrino

Uma estátua de Millicent Fawcett, a feminista britânica do século XIX que lutou pelo direito ao voto para as mulheres, foi inaugurada nesta terça-feira.

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Uma estátua de Millicent Fawcett, a feminista britânica do século XIX que lutou pelo direito ao voto para as mulheres, foi inaugurada nesta terça-feira na Praça do Parlamento de Londres. Este é o primeiro monumento que honra uma mulher num espaço público ocupado por 11 estátuas de homens.

Fawcett fez história ao liderar o movimento que exigia o voto para as mulheres no Reino Unido. A inauguração da estátua foi o ponto alto de uma série de eventos que marcam os 100 anos desde que as mulheres ganharam o direito a votar, em 1918.

A estátua mostra uma mulher na meia-idade, com a cabeça erguida, olhando directamente para o Parlamento e segurando uma faixa que cita uma frase de um dos seus discursos: “A coragem chama a coragem em todos os lugares”.

O bronze feito pela artista Gillian Wearing, vencedora do Turner Prize, é a primeira estátua de uma mulher na praça, ao lado de outros nomes como Winston Churchill, Mahatma Gandhi, Nelson Mandela e Abraham Lincoln.

A primeira-ministra Theresa May – a segunda mulher chefe de Governo, depois de Margaret Thatcher –, declarou durante a cerimónia de inauguração que não estaria onde está hoje, assumindo um papel de governante, se não fosse a luta de Fawcett.

"Poucos de nós podem alegar ter tido um impacto tão significativo e duradouro quanto a Dama Millicent, e é certo e apropriado que, hoje, ela tome o seu lugar no coração da nossa democracia", referiu May, frente a uma plateia de políticos, líderes empresariais, activistas e académicos.

Fawcett começou a fazer campanha pelo voto para as mulheres quando tinha 19 anos, em 1866. E dedicou seis décadas da sua vida à causa, liderando o que era então conhecido como o movimento sufragista.

Ela viveu para ver o então Parlamento britânico passar a Lei de Representação do Povo de 1918, que deu o direito de voto a algumas mulheres com mais de 30 anos e mais tarde a lei de 1928, que igualou a idade em que os homens e as mulheres podiam votar. Morreu em 1929.

A estátua surgiu como resultado de uma campanha lançada pela feminista Caroline Criado-Perez, que já conseguiu pôr uma mulher, que não a rainha, numa nota de banco, a escritora Jane Austen.

Criado-Perez revelou que há mais estátuas de homens na Grã-Bretanha, chamados John, do que de mulheres. Excluindo a rainha Vitória, menos de 3% das estátuas representam mulheres, contabilizou.

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