BE rejeita nova maternidade de Coimbra nos Hospitais da Universidade

Para a coordenadora concelhia do BE, "a decisão de implantar ali a nova maternidade só irá acrescentar caos ao caos".

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Sérgio Azenha

O Bloco de Esquerda rejeitou nesta segunda-feira a localização da nova maternidade de Coimbra no perímetro dos Hospitais da Universidade (HUC) e defendeu que seja instalada no espaço do Hospital do Covões.

Aquela decisão, anunciada na sexta-feira, "constitui um erro intolerável, que merecerá o mais vivo combate, até que sejam aprofundadas, alargada e publicamente debatidas todas as suas implicações nos campos da medicina, do urbanismo e da mobilidade", afirma o BE em comunicado.

"A escolha do perímetro dos HUC irá provocar um agravamento inevitável do já hoje caótico congestionamento de tráfego nas artérias circundantes aos HUC e a enorme dificuldade de circulação em todo aquele espaço", alerta.

Para a Coordenadora Concelhia do BE, "a decisão de implantar ali a nova maternidade, uma unidade de média dimensão, destaca-se, só irá acrescentar caos ao caos".

Na sexta-feira, o presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Fernando Regateiro, confirmou, na presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, a fusão das maternidades Daniel de Matos e Bissaya Barreto, e revelou, "como conclusão já definitiva", a inclusão do futuro equipamento no campus dos HUC, com início das obras previsto para 2019.

A sua localização nessa zona da cidade, em detrimento do perímetro do Hospital dos Covões, foi justificada por "estritas razões de segurança das grávidas".

Em Outubro de 2017, a propósito do alargamento do horário da urgência do Hospital dos Covões, Fernando Regateiro afirmou que "a urgência do Hospital Geral (dos Covões) é polivalente", recorda o BE.

"Se existem as condições de segurança, especialização e apetrechamento para o funcionamento de uma urgência polivalente (o nível mais sofisticado na hierarquia dos serviços de urgência), como entender que tais condições já não existam para as urgências não obstétricas de grávidas, parturientes e puérperas?", pergunta.

Na opinião dos bloquistas de Coimbra, "não há constrangimento técnico ou outro para não se implantar a nova maternidade no perímetro do Hospital dos Covões", na margem esquerda do rio Mondego. "A não ser que, de forma inconfessada, esteja nos planos da administração da saúde o desmantelamento deste hospital tal como o conhecemos", uma questão que "exige resposta célere e explícita".

Para o Bloco de Esquerda, "é fundamental que o Governo e a Administração Regional de Saúde (ARS) esclareçam urgente e cabalmente o que vai ser feito, entretanto, para impedir que a situação actual de rotura iminente das duas maternidades (gravíssimo défice de recursos humanos, obsolescência das tecnologias e degradação acelerada de ambos os edifícios) tenha consequências negativas sobre as condições de atendimento e de tratamento dos milhares de mulheres que a elas recorrem".

A nova maternidade "nunca poderá estar em condições de funcionamento efectivo, na melhor das hipóteses, antes de pelo menos meia dúzia de anos".

"Quais as medidas e o horizonte temporal para a sua execução que a administração da Saúde se compromete a encetar tendentes ao colmatar dos graves défices atuais em recursos humanos, reapetrechamento tecnológico e manutenção das atuais maternidades?", pergunta o BE.

O partido quer saber qual o plano da administração da Saúde no que se refere às competências, valências e equipamentos já instalados ou a instalar" no Hospital dos Covões.

"Qual a posição da autarquia face à decisão de instalar a nova maternidade no perímetro dos HUC?", questiona também.

 

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